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A posição favorável à descriminalização do aborto da nova mi­­­­­nistra das Políticas para Mulheres, Eleonora Menicucci, "incomodou muita gente", disse ontem dom Leonardo Steiner, secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

A entidade informou que vai enviar uma carta à presidente Dilma Rousseff sobre a indicação da nova ministra, mas evitou engrossar o coro contra o governo – que já havia desagradado ao segmento evangélico com a nomeação.

"[O posicionamento de Eleonora] incomodou muita gente, não só a CNBB. Mas faço distinção: ela fez um pronunciamento pessoal, depois disse que não era a posição do governo", afirmou dom Leonardo Steiner.

Ao dizer que a discussão sobre o aborto não pode ser uma "questão ideológica", dom Leonardo se aproximou do discurso de Eleonora ao ser oficializada no cargo. Com a diferença que a ministra afirmou se tratar de uma questão de saúde pública. "Como sanitarista, tenho que dizer que o aborto é uma questão de saúde pública, e não ideológica. Como o crack, as drogas, a dengue, o HIV, todas as doenças infecto-contagiosas", disse a ministra na semana passada.

Outro que se pronunciou sobre o assunto foi o presidente da CNBB, dom Raymundo Damas­ceno: "A presidente é livre para escolher seus ministros, de modo que não interferimos na escolha dos ministros. É claro que estranha, logo iniciado seu trabalho no ministério, [Eleo­­nora] já aborde uma questão que sabemos que é muito discutida na sociedade. E há outros temas, evidentemente, mais importantes a serem tratados".

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