Nova denúncia
MPF apura desvio em 15 convênios
O Ministério Público Federal (MPF) anunciou ontem que investiga, por meio de três inquéritos civis, 15 convênios firmados entre a Associação Brasileira das Empresas de Transporte Aéreo Regional (Abetar) e o Ministério do Turismo. Assinados entre 2006 e 2010, os convênios previam a realização de eventos diversos, a cargo da Abetar, como a participação brasileira em eventos de aviação regional no exterior, a edição de guias, estudo para a regulação do setor e dois congressos da entidade.
O Ministério do Turismo investiu R$ 4,51 milhões nesses convênios. As apurações revelaram "indícios contundentes que apontam para o desvio e a má utilização de parte dos recursos públicos federais repassados à Abetar". Segundo o MPF, para a execução dos convênios, a Abetar contratava empresas de laranjas ou fantasmas, sem os devidos procedimentos de licitação. O MPF afirma que essas empresas estavam em nome de pessoas ligadas ao diretor-presidente da Abetar, Apostole Chryssafidis, ou foram utilizadas fraudulentamente.
Agência Estado
O ministro do Turismo, Pedro Novais, afirmou ontem em depoimento no Senado que todas as irregularidades apontadas até agora na sua pasta são das gestões anteriores e que recebeu forte apoio de caciques de seu partido, o PMDB embora uma ala do partido esteja pedindo que ele saia do cargo para não comprometer a legenda.
Ao dizer que os problemas de corrupção vieram de antes de sua gestão, Novais indiretamente atribuiu a responsabilidade da corrupção em sua pasta ao PT. Antes dele, o ministério havia sido comandado pelos petistas Marta Suplicy e Luiz Barretto Filho.
O depoimento do ministro durou quase três horas. Mas ele acabou sendo pouco questionado pela oposição sobre as acusações de irregularidades no ministério. Novais chegou a responder perguntas feitas por senadores de oposição que nem estavam mais presentes à sala.
O Ministério do Turismo foi alvo recentemente da Operação Voucher da Polícia Federal, que descobriu um esquema de desvio de dinheiro da pasta por meio de convênios firmados com a ONG Ibrasi, do Amapá.
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