A crise política entre Roberto Requião e Beto Richa teve desdobramentos ontem com trocas de acusações, desmentidos e agressões entre políticos dos dois grupos. O governador voltou a acusar o prefeito de ter recebido dinheiro irregular na campanha de 2002. "Eu não quero polemizar com o prefeito Beto Richa. Quero apenas que devolvam os R$ 10 milhões para o estado do Paraná". Beto Richa, por sua vez, disse que o governador está desequilibrado. "Antes de eu aderir à campanha do Osmar ele me achava um grande administrador e honesto, agora eu não presto mais", desabafou o prefeito. "Não dá mais para conviver com a insanidade, o destempero e a falta de equilíbrio".
O empresário Darci Mário Fantin divulgou nota negando as acusações e afirmando que coloca à disposição a abertura do seu sigilo bancário sobre o uso dos R$ 10 milhões recebidos por serviços prestados ao DER.
Durante reunião da Escolinha do governo, na terça-feira, Requião declarou que Fantin, dono da DM, teria lhe contado a história do desvio de R$ 10 milhões do DER para a campanha de Beto Richa. "Nunca houve tal conversa", argumenta Fantin. A publicitária Cila Shulman considerou absurda a acusação. "Fiquei chocada, nunca tive contato com empreiteiro nem recebi dinheiro", afirmou.
Em nota oficial, o governo reafirmou a denúncia. Segundo o governo, no dia 30 de dezembro de 2002, dois dias antes de o governador Roberto Requião tomar posse, o então diretor-administrativo e financeiro do DER, José Richa Filho, teria feito um pagamento de R$ 10.783.827,32 à empresa DM. Assim que tomou posse, Requião considerou a operação irregular e pediu à Justiça a nulidade do pagamento e o ressarcimento do valor.
O PMDB de Curitiba divulgou nota oficial chamando o prefeito de "imoral e canalha". O presidente do partido, Doático Santos, disse que o partido começa a distribuir hoje um panfleto em todas as casas de Curitiba contra o prefeito. (KC)
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