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Paulinho da Força, o principal líder do Solidariedade: possibilidade de aliança com Aécio Neves em 2014 | Antônio Cruz/ABr
Paulinho da Força, o principal líder do Solidariedade: possibilidade de aliança com Aécio Neves em 2014| Foto: Antônio Cruz/ABr

Estratégia

Legendas buscam se estruturar no Paraná

Amanda Audi

Os dois partidos nascidos nesta semana, o Solidariedade e o PROS, se estruturam para ter força no Paraná até as eleições do ano que vem. Eles correm para conseguir nomes de peso até o dia 5 de outubro, data-limite de filiações para concorrer nas eleições de 2014. Ambos vão integrar a base de apoio ao governador Beto Richa (PSDB).

O deputado federal Fernando Francischini (PEN) deve encabeçar o Solidariedade no estado. A decisão, diz ele, só depende da aprovação de Beto Richa.

Francischini diz que foi convidado pelo tucano Aécio Neves para integrar o Solidariedade. Em julho do ano passado, o deputado também aderiu a um partido recém-criado, o PEN.

O PROS já possui lideranças regionais e um coordenador estadual, que articula a criação de um diretório para o partido no estado. José Reis, ex-PR de Foz do Iguaçu, é o dirigente estadual até a eleição do presidente da legenda no Paraná, que deve acontecer até o início da próxima semana.

Reis evita adiantar a identidade dos parlamentares que devem integrar a sigla. "Fizemos diversas sondagens, mas não quero citar nomes, porque não são decisões formalizadas", afirma.

A autorização para a criação de dois partidos, o Soli­­dariedade e o PROS (Partido Republicano da Ordem Social), começa a pressionar as legendas com representação no Congresso Nacional e já abre negociações para as eleições de 2014. Na terça-feira, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) autorizou a criação das duas legendas, que nascem envolvidas em suspeitas de irregularidades na obtenção de assinaturas para suas fundações.

Na manhã de ontem, poucas horas depois de o TSE confirmar a criação do Solidariedade, o idealizador da legenda, Paulinho da Força, se reuniu com o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), possível candidato do partido à Presidência no ano que vem. O tucano foi o primeiro dirigente partidário procurado por Paulinho após a decisão.

Os dois ressaltaram a possibilidade de se alinharem nas eleições de 2014. "Acho que o Paulinho e eu temos algo em comum, que é a visão de que esse ciclo de governo do PT precisa ser encerrado", afirmou Neves. O senador também ressaltou as "afinidades" entre o PSDB e a legenda recém-criada. "A boa política fala de alianças, alianças programáticas. É o que vamos construir daqui por diante para o processo político e democrático."

Aécio comemorou a possibilidade de o Solidariedade tirar alguns parlamentares de legendas da base aliada do governo Dilma Rousseff. Entre aqueles que devem perder parte da bancada para o novo partido está o PDT e o PSD, que têm cargos no governo federal.

Ontem, o líder do PDT na Câmara dos Deputados, André Figueiredo (CE), já calculava quantos parlamentares o partido deve perder. Com a saída de Paulinho da Força do PDT, a sigla poderá perder cinco parlamentares para o Solidariedade e pelo menos um para o PROS. "Quem tinha que ser convencido foi. Agora é esperar 5 de outubro (prazo final para a troca de partidos) para ver quantos sairão", disse em tom de resignação. "Não há mais expectativas nem estratégias (para segurar parlamentares)".

O deferimento dos novos registros partidários foi o assunto de ontem nos corredores da Câmara. Parlamentares que nas últimas semanas mantinham discretas negociações para mudar de partido já falam abertamente sobre o tema. "Virou mercantilização", criticou Figueiredo.

Até as legendas mais antigas estão se beneficiando com o clima de troca partidária. Ontem, o líder do PR na Casa, Anthony Garotinho (RJ), se revezava entre ligações telefônicas e conversas ao pé do ouvido com deputados interessados em mudar de sigla. "O que sai, entra. Se o PR perder dois ou três (deputados), ganha cinco ou seis", afirmou. De olho no palanque eleitoral de seu Estado, Garotinho tem atuado abertamente para arregimentar parlamentares para o PROS, considerado por ele potencial aliado na sucessão estadual no Rio de Janeiro.

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