O ministro da Defesa, Nelson Jobim, rebateu na manhã desta quinta-feira as críticas da Federação Internacional de Controladores de Tráfego Aéreo. Em um seminário nos EUA, a entidade disse que é apenas uma questão de tempo para que um novo desastre de avião aconteça no Brasil. Segundo Jobim, os controladores estão fazendo uma manifestação política, com o objetivo de criar um ambiente para resolver questões salariais.
- Isso faz parte do jogo corporativo, ou seja, é um jogo político. Não podemos atribuir isenção alguma a este tipo de manifestação - disse o ministro, durante entrevista a emissoras de rádio ligadas à Rádiobras.
De acordo com a Federação, as autoridades brasileiras estão empenhadas em punir os controladores, em vez de tomar providências para evitar novos acidentes.
- A FAB (Força Aérea Brasileira) investiu muita energia para prender e perseguir os seus próprios funcionários. Mas nenhuma energia para corrigir as falhas que possui em seu sistema (aéreo) - diz Marc Baumgartner Baumgartner, presidente da federação, no seminário.
Jobim afirmou que a principal preocupação do governo é a segurança. Segundo ele, embora o sistema seja seguro, ainda não há essa percepção entre os passageiros. Ao comentar a crise no setor aéreo, o ministro disse que o governo não estava preparado para o aumento no número de passageiros provocado pela redução no preço das passagens aéreas.
- Não havia efetivamente, e isso nós temos que fazer a mea-culpa, não havia um planejamento para atender essa demanda. Ninguém esperava essa demanda. E realmente a Infraero e a própria Anac, neste caso específico a Infraero, que não atendeu, que não teve a perspectiva de previsibilidade quanto a necessidade da infra-estrutura aeroportuária - disse.
Em relação à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o ministro disse esperar que o presidente da instituição, Milton Zuanazzi, deixe o cargo assim que os três novos integrantes da agência tomem posse. Com isso, o ministro poderá substituí-lo pela economista Solange Vieira, que já foi indicada para o cargo.
- Minhas relações com Zuanazzi são boas. Não somos amigos, mas temos relações institucionais importantes. Minha expectativa é de que no momento que tivermos os três designados, Zuanazzi possa se afastar para que possa indicar a Solange - afirmou Jobim.
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