Em sua posse como novo comandante da Marinha, nesta quinta-feira, o almirante Júlio Soares de Moura Neto lamentou os "tempos difíceis" enfrentados pelos militares e enumerou os "desafios" que terá pela frente no comando naval. Moura Neto ficou no lugar do também almirante Roberto Carvalho.
- Pelo menos nos últimos dez anos, o nosso orçamento tem ficado aquém do que é preciso, impossibilitando a disponibilização de valores suficientes ao funcionamento, preparo e aparelhamento, acarretando a perda de nossa capacidade operacional. Em médio prazo, caso seja mantida essa tendência, a situação se tornará crítica - previu Moura Neto.
O comandante cobrou também as verbas dos royalties provenientes da exploração de petróleo, que não estariam sendo repassadas devidamente à Marinha:
- Como agravante, dentro desse quadro restritivo, a maior parte dos recursos provenientes da geração dos royalties do petróleo não vem sendo repassada à Marinha, como determina a lei. - disse. - É exatamente esse recurso que a Marinha deve utilizar para fazer a patrulha das águas em torno das plataformas. Recebemos parte desses recursos, só não recebemos a totalidade.
O programa nuclear da Marinha foi citado pelo almirante no discurso de posse.
- Tudo deverá ser direcionado para alavancar as verbas necessárias para a conclusão no menor tempo possível - afirmou.
Entre as ações previstas na área estão a elaboração de projeto e posterior construção de um submarino com propulsão nuclear.
O almirante afirmou ainda que a Marinha busca obter autorização de financiamento externo para viabilizar a construção de um submarino e a modernização de outros cinco. Quanto à remuneração do pessoal Moura Neto disse que pretende "prosseguir com os contatos e entendimentos junto ao Ministério da Defesa com vista à recuperação das perdas acumuladas do poder aquisitivo dos militares e servidores civis".
O almirante Julio Soares de Moura Neto tem 63 anos e começou sua carreira na Marinha em 1964. Tornou-se almirante-de-esquadra em 2003.
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