O depoimento de Victor Sérgio Colavitti, titular e controlador da empresa Link Projetos, ajudou a fundamentar a prisão do dono da Engevix José Antunes Sobrinho – preso nesta segunda-feira (21) na 19ª fase da Lava Jato. Colavitti firmou acordo de colaboração com o Ministério Público Federal (MPF) e admitiu que a Aratec não prestou nenhum serviço à Link projetos e que os repasses teriam sido efetuados a pedido da Engevix para o pagamento de propina.
De acordo com o despacho da prisão de Sobrinho, assinado pelo juiz federal Sergio Moro, a Enegevix teria pago mais de R$ 1 milhão em propina ao ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva por contratos em Angra 3. Para “viabilizar” parte dos repasses, a Engevix teria realizado um contrato de consultoria com a Link, que por sua vez repassou os valores para a Aratec, empresa de Silva, “também simulando prestações de serviço para justificar as transações”.
Colavitti contou ao MPF que saiu de férias em fevereiro de 2014, um mês antes da deflagração da Operação Lava Jato, e “viu na imprensa menção a algum envolvimento da empresa Engevix com os investigados”. No depoimento, o dono da Link afirma que “decidiu que a partir dali não faria mais qualquer pagamento a pedido da referida empresa [Engevix] relacionado aos repasses para a Aratec”.
José Antunes Sobrinho foi preso nesta segunda-feira (21), suspeito de ter pago propina para a Aratec num contrato de R$ 140 milhões, empresa controlada pelo ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva, entre 2011 e 2013. Silva foi preso em agosto, na 16.ª fase da Operação Lava Jato, que teve como alvo contratos do setor elétrico no país.
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