O novo ministro da Saúde, Ricardo Barros, não quis entrar na polêmica sobre a possibilidade de retorno da CPMF, o antigo “imposto do cheque”, para ser aplicado na área da Saúde, como defendia o governo Dilma.
Questionado sobre o assunto logo após tomar posse, no final da tarde desta quinta-feira (12), Barros afirmou que a pergunta deveria ser feita à área econômica do governo Temer.
O novo ministro também disse que pretende “priorizar a participação dos brasileiros” no programa Mais Médicos, mas não entrou em detalhes sobre possíveis mudanças nas regras do programa petista.
Em seu quinto mandato como deputado federal pelo Paraná, Ricardo Barros se licenciou para assumir a pasta da Saúde dentro da cota do PP no governo Temer. Com isso, Barros também abandona a intenção de ocupar uma secretaria estadual no governo do Paraná, de Beto Richa (PSDB).
A ideia de voltar ao Paraná ainda neste primeiro semestre tinha ligação com os planos políticos da família Barros. A esposa e a filha dele, presentes na cerimônia desta quinta-feira (12) no Palácio do Planalto, são pré-candidatas: a esposa, a ex-deputada federal Cida Borghetti (PP), atual vice-governadora do Paraná, é pré-candidata ao governo estadual nas eleições de 2018; a filha, a deputada estadual Maria Victoria (PP), é pré-candidata à Prefeitura de Curitiba nas eleições de outubro próximo.
Ainda distante dos temas do Ministério da Saúde, Ricardo Barros concedeu uma entrevista rápida à imprensa, logo após tomar posse, ainda no Salão Leste do Palácio do Planalto. Veja trechos:
O senhor não é familiarizado com a área da saúde. Como ficará à frente da pasta?
Minha especialidade é orçamento e gestão e é isso que a saúde precisa, financiamento e recursos. É isso que vamos buscar com esta nova articulação que faremos a pedido do presidente Michel Temer. Dar atenção às pessoas, melhorar a gestão.
Defende a volta da CPMF para abastecer a área da saúde?
Ministro [da Fazenda] Henrique Meirelles responderá isso.
Mas como o senhor vê, acha que vale colocar a CPMF?
Pergunta para ser feita para a área econômica.
A pasta de Saúde precisa de mais recursos?
A Saúde precisa gastar melhor os recursos que têm e ampliar o seu financiamento. Isso acontecerá ao longo do tempo, com os compromissos que eu puder acordar com a área econômica.
Sobre a possibilidade de acabar com as vinculações orçamentárias obrigatórias, prevista na PEC [Proposta de Emenda à Constituição] que o senhor propôs na Câmara dos Deputados: vai defender o conteúdo dela dentro do governo Temer?
Submeti aos articuladores do governo Temer a proposta para apreciação deles. Estou fora do Congresso Nacional agora. Isso precisa ser articulado lá. Eu agora não sou mais parlamentar. Sou ministro subordinado ao governo e farei aquilo que for determinado com mais absoluta dedicação.
Como enfrentar o problema do zika vírus?
É um problema grave. Tem prioridade. Como relator do orçamento, destinei um fundo de R$ 500 milhões para microcefalia, que está sendo aplicado exclusivamente em pesquisa e combate a esta endemia. E nós esperamos que nós possamos rapidamente eliminar o mosquito. Porque era dengue, passou a ser chikungunya, passou a ser zika vírus. E poderá ser outro vírus no ano que vem. Então nós precisamos acabar com o mosquito. E a população brasileira precisa nos ajudar, especialmente os prefeitos, aplicando multas severas contra aqueles cidadãos que mantêm focos da dengue em suas propriedades.
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