
Representantes da classe empresarial apresentaram na manhã de ontem, em Maringá, sugestões de emendas para o projeto de reajuste e regulamentação do salário mínimo regional do Paraná. Já em Londrina, onde durante a tarde foi realizada a última audiência pública sobre o assunto, a Associação Comercial e Industrial da cidade (Acil) foi vaiada ao defender a não aprovação do projeto.
O diretor-executivo da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap), Odone Martins, ressaltou a preocupação com a aprovação da proposta. "Poderá prejudicar os trabalhadores pela atração de pessoas de outros estados, que têm práticas diferentes", argumentou.
O reajuste proposto pelo governo varia entre 9,5% e 21,5%. Desta forma, o piso passaria de uma faixa salarial entre R$ 605,52 e R$ 629,45 para valores entre R$ 663 e R$ 765, divididos em quatro categorias profissionais.
O representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT) de Londrina, Wanderley Crivellari, afirmou que a discussão deve ser feita com base em um aumento real, e não somente na reposição da inflação. "Isso aumenta o poder aquisitivo, que será utilizado nas próprias cidades, no comércio, para comprar comida e roupa", afirmou.
Também em Londrina, o presidente da Associação Comercial e Industrial da cidade (Acil), Marcelo Cassa, foi vaiado ao defender a derrubada do projeto. "Não vemos isso com bons olhos, porque acaba desrespeitando sindicatos patronais, a partir do momento em que tem índices superiores dentro das negociações de cada categoria", ressaltou.
Em Maringá, alguns empresários defenderam medidas radicais caso seja aprovado o projeto. Foi o caso do presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Maringá e Região (Sivamar), Amauri Leal, que propôs o fechamento da fronteira com o Paraguai por um ano, para que os empresários possam pagar o salário que o governo estadual propõe. "Quem compra cigarros no Paraguai, por exemplo, ganha mais que um lojista estabelecido em Maringá. Se a fronteira fosse fechada durante a vigência do piso, seria possível aceitar esse salário".
Votação na segunda
Segundo o líder do governo e relator da proposta de reajuste, Luiz Claudio Romanelli (PMDB), as ideias apresentadas na audiência serão levadas para discussão entre os deputados. Ele afirma que a intenção do governo é transformar o plenário em comissão geral, para que a matéria seja apreciada e votada já na segunda-feira.
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