Cria política do pai e ex-prefeito do Rio, César Maia, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), de 46 anos, conquistou o comando da Câmara após adotar um estilo moderado. Deixou de lado o discurso ferrenho de oposição aos governos do PT, rompeu a aliança com o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e se aproximou do presidente interino, Michel Temer (PMDB).

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No quinto mandato consecutivo, Maia tem um estilo que divide opiniões nos bastidores. Para alguns colegas é arrogante – outros o consideram apenas reservado.

Na semana passada, quando ainda articulava seu nome à presidência da Casa, Maia disse à Folha de S.Paulo que estava disposto a “baixar à temperatura” da Casa, em meio à crise política que envolveu Cunha e o Palácio do Planalto, sobretudo após o impeachment de Dilma Rousseff. Seu nome foi citado na Operação Lava Jato em troca de mensagens com o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro -o deputado nega irregularidade.

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Sua trajetória política teve impulso como secretário da gestão de Luiz Paulo Conde na Prefeitura do Rio (1997-2000), mas a notoriedade nacional veio com a refundação do PFL, em 2007, quando passou a se chamar Democratas.

Ex-líder do PFL, Maia foi eleito presidente do DEM e recebeu a missão de modernizar a imagem do partido. Não teve muito sucesso. A estratégia era ter uma atuação mais de centro, atrair um eleitorado jovem, mas a sigla seguiu outra rota, de oposição rigorosa aos governos petistas.

Maia e o DEM se enfraqueceram no cenário nacional. O deputado fracassou na eleição municipal de 2012, quando candidatou-se à prefeitura do Rio tendo a deputada Clarissa Garotinho (PR) de vice. O desempenho foi pífio: apenas 3% dos votos na disputa que reelegeu Eduardo Paes (PMDB-RJ).

Na eleição de 2014, foi reeleito deputado com apenas 53 mil votos. Cada vez mais sem espaço na Câmara, Maia buscou uma transformação de comportamento, passando a ter maior interlocução em campo adversário.

Amigo de Aldo Rebelo (PC do B), ex-ministro de Dilma, Maia reatou o diálogo com a esquerda. Sua candidatura à presidência da Câmara, por exemplo, começou a crescer com suporte de comunistas e petistas, que depois se dividiram em outras candidaturas. Na outra ponta do cenário político, Maia se aproximou de Eduardo Cunha, tendo participado do círculo próximo ao peemedebista até pouco tempo atrás.

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Foi escolhido pelo peemedebista para comandar um texto alternativo a uma proposta de reforma política que não o agradou. Ele rompeu de vez com Cunha após o peemedebista apoiar André Moura (PSC-SE), do chamado “centrão”, para a liderança do governo interino de Temer na Câmara. Maia postulava a função.

O deputado então passou a destacar como uma virtude dele a distância política que decidira manter do ex-aliado. O novo presidente da Câmara declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 736 mil. Na sua última campanha à Câmara, gastou R$ 2,9 milhões.

Bancário, nasceu em Santiago (Chile) no período de exílio do pai. É casado com Patrícia Vasconcelos, enteada de Moreira Franco, hoje chefe da Secretaria do Programa de Parcerias de Investimento de Michel Temer.