Interatividade
Qual é a sua opinião sobre o novo presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara?
Deixe seu comentário abaixo ou escreva para leitor@gazetadopovo.com.br
Leia as regras para a participação nas interatividades da Gazeta do Povo.
As mensagens selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.
Conhecido por suas posições radicais e conservadoras em relação a homossexuais, negros e ao aborto, o deputado Marco Feliciano (PSC-SP), eleito ontem para presidir a Comissão de Direitos Humanos da Câmara, é réu no Supremo Tribunal Federal (STF) pelo crime de estelionato. Feliciano é acusado de ter inventado um acidente no Rio de Janeiro para justificar a ausência em evento no Rio Grande do Sul, para o qual já havia recebido cachê, passagens e hospedagem.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, o deputado deveria comparecer no dia 15 de março de 2008 ao Estádio Municipal Silvio de Farias Correia, em São Gabriel (RS), para um show gospel que reuniu 7 mil pessoas. O hoje deputado, estrela principal da festa, faria o encerramento do evento com uma pregação.
Dona da produtora responsável pelo show gospel, a advogada Liane Pires Marques disse que pagou tudo o que foi exigido. Mas Feliciano não compareceu. A advogada conta que ficou desmoralizada, foi xingada pelos presentes e nunca mais conseguiu organizar um show.
Marco Feliciano disse que de fato foi contratado para o show, mas houve um contratempo e não pôde comparecer. "Dias depois, recebi uma intimação judicial. A empresa cobrava R$ 1 milhão de prejuízo. Eu não paguei, é óbvio. Eles haviam adiantado R$ 8 mil para a viagem. Eu então tentei devolver o dinheiro, mas não consegui. Tive de entrar na Justiça e já ressarci os prejuízos, com correção monetária". Ele não soube explicar por que o processo ainda está no STF, pois, na sua opinião, já deveria ter sido extinto, visto que devolveu o dinheiro.
Manifestações
A indicação de Feliciano é atribuída a uma articulação do líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), integrante da bancada evangélica, e a um acordo de bancadas da Casa que decidiram dar ao PSC a presidência da comissão. Candidato único, Feliciano conquistou 11 dos 18 votos possíveis. Apesar de ter apoio da maioria da comissão, o parlamentar também sofre oposição dentro do colegiado. Ontem, em represália à indicação do nome de Feliciano, deputados do PT e do PSol deixaram o plenário da comissão negando-se a votar nele.
A eleição de Feliciano para a presidência da Comissão de Direitos Humanos também sofre resistência de grupos de defesa de minorias. Integrantes de movimentos sociais fizeram protestos nos corredores da Câmara contra a eleição do deputado. Eles foram impedidos de entrar no local onde ocorreu a votação.