Novas gravações divulgadas neste fim de semana em reportagem da revista Época revelam trechos de diálogos telefônicos entre o senador cassado Demóstenes Torres, o contraventor Carlinhos Cachoeira e outros integrantes do esquema citando o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB).
A reportagem traz trechos inéditos de diálogos que estão no processo que tramita em segredo judicial no Tribunal de Justiça de Goiás. Segundo a revista, as conversas indicam que Perillo teria direcionado a contratação de empresas, sem licitação. Os diálogos, interceptados pela Polícia Federal na Operação Monte Carlo, mostram Demóstenes, Cachoeira e outros fazendo negócios em nome do governador.
Em um deles, um assessor da administração goiana afirma que o governador "mandou passar" um contrato, que poderia render R$ 1,2 bilhão à construtora Delta, que depois foi declarada inidônea pelo governo federal. Em outro trecho, Perillo é responsabilizado por ordenar, por meio de Demóstenes, que o Detran de Goiás contratasse uma "empresa amiga". As investigações da PF, citadas pela revista, mostram que o presidente do Detran de Goiás, Edivaldo Cardoso, teria sido nomeado por indicação de Cachoeira e fora encarregado de garantir que a Delta fosse beneficiada em contratos. Em um diálogo, Cachoeira acerta com Edivaldo Cardoso a contratação da Politec, segundo ele, a pedido de Perillo. A empresa prestou serviços ao Detran de Goiás, segundo a revista, sem licitação ou contrato formal.
A divulgação levou o governador goiano a entrar com representação na Procuradoria-Geral da República e pedir investigação do vazamento dos dados sigilosos e punição aos responsáveis, segundo nota divulgada ontem pela assessoria do PSDB da Câmara.
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