A estudante do ensino médio Laís Lote tem 17 anos, é voluntária na organização sem fins lucrativos Primavera Cidadã para coleta de assinatura em projetos de lei de iniciativa popular e irá exercer o direito a voto pela primeira vez nas eleições de outubro. “Não dá para só ficar reclamando, tem de fazer a mudança acontecer, praticar a cidadania”, opina.
André Ribeiro, estudante e presidente do Interact Centro – braço jovem do Rotary – , também tem 17 anos e irá votar pela primeira vez neste ano. “Sempre me interessei por política, mesmo quando fiquei sabendo que não era obrigatório, achei importante fazer o título para votar.” No Interact, ele desenvolve projetos de conscientização política. “É preciso tomar iniciativa, votar com consciência.”
Laís e André são exemplo de jovens que, apesar de não serem obrigados a votar, irão às urnas em outubro, na contramão de dados recentemente divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O número de eleitores de 16 e 17 anos, para quem o voto é facultativo, registrou queda entre 2012 e 2016.
Nas eleições de 2012, eles totalizavam 2,9 milhões e agora somam 2,3 milhões de eleitores. Em termos porcentuais também houve queda entre os pleitos – há quatro anos esses jovens representavam 2,1% do eleitorado, hoje são 1,6%. O presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes, atribui a queda a “uma certa descrença em relação à política” e à possível falta de valorização pelos partidos em captar e incentivar a juventude a participar do processo eleitoral.
É difícil dizer quais as reais causas da queda do número de jovens que não são obrigados a votar, mas que decidiram participar das eleições municipais neste ano. A redução dos eleitores de voto facultativo pode ser tanto por desilusão política, como por questões demográficas, como envelhecimento da população.
Uma coisa, entretanto, é certa. Quanto antes os jovens se interessarem pela política, mais cedo poderão contribuir para corrigir os rumos da nação. Na avaliação do professor de Direito Eleitoral Roosevelt Arraes, da Unicuritiba, nas eleições municipais que se aproximam, temas relevantes de competência das prefeituras terão de ser enfrentados pelos candidatos e dizem diretamente respeito aos interesses dos jovens, como saúde, infraestrutura e lazer. “Para evitar que maus políticos sejam eleitos, é necessário se envolver na política e conhecer os bons candidatos que ainda existem.”
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas