A democracia é uma das três coisas que a presidente Dilma Rousseff não esperava ver acontecer no Brasil. Em entrevista especial para a estreia da nova temporada do programa Esquenta, da TV Globo, a presidente, que foi presa e torturada durante a ditadura militar, afirmou que durante sua juventude jamais imaginou presenciar a retomada do regime democrático. "Eu nunca pensei que ia ver a democracia", disse.

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Na entrevista concedida à apresentadora Regina Casé, a presidente disse que o trabalho à frente da Presidência da República é difícil e desafiador, mas é bom. "É por isso que é sábia a democracia. Ninguém pode ficar presidente eternamente", disse. Dilma deve concorrer à reeleição em 2014. Mesmo com a economia patinando nos dois primeiros anos de seu mandato, a presidente incluiu o crescimento econômico entre as coisas que estão acontecendo atualmente no País, mas que não era esperado anos atrás. O pagamento da dívida brasileira com o Fundo Monetário Internacional completa a lista. "Tenho orgulho imenso de ver o Brasil ter pago o FMI".

Bem mais descontraída do que o usual, a presidente contou que torcia muito pela escola de samba Beija Flor e o carnavalesco Joãozinho Trinta e que não esquece o dia em que um varredor do Sambódromo a tirou para dançar na passarela do samba. Com fama de intransigente com os seus auxiliares, a presidente revelou ainda o nome de quem diz não para ela: o neto Gabriel. "Eu fico absolutamente encantada e vendida com o meu neto. Ele bota banca e está na fase do não. Fica bravíssimo".

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Durante a entrevista, Regina Casé perguntou se era mais difícil ser uma presidente mulher. Dilma respondeu que não. O mais difícil, segundo ela, é ser uma pessoa comum, porque ainda há muita violência contra as mulheres e diferença de salários e oportunidades.

Apesar da economia brasileira ter crescido apenas 2,7% em 2011 e caminhar para uma alta de 1% este ano, Dilma afirmou que o Brasil está crescendo e essa expansão acontece com uma melhor distribuição de renda. A entrevista foi gravada há três semanas, antes da divulgação do fraco resultado do Produto Interno Bruto do terceiro trimestre, em um dos hospitais da Rede Sarah de Reabilitação, em Brasília.

A presidente apontou ainda o aumento da competitividade como o grande enfrentamento que o País faz hoje para dar um novo salto de desenvolvimento. Segundo ela, o ex-presidente Lula deu um primeiro salto ao conseguir tirar o País de uma "situação pior". "Nós temos que ser capazes, através da educação, de produzir mais e agregar valor aos produtos e gerar inovação e tecnologia". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.