Confira um resumo da gestão do pedetista Gustavo Fruet, prefeito de Curitiba, em 2015:
JANEIRO
CRISE DO ÔNIBUS
Os primeiros dias de 2015 já foram tensos para o Gustavo Fruet: aprovação de apenas 44% dos curitibanos, segundo o Instituto Paraná Pesquisas. Dias depois, o sindicato de motoristas e cobradores ameaçou realizar greve, pelos atrasos no pagamento de salários. Em seguida iniciou-se uma batalha com o governo do estado, responsável pelo transporte da região metropolitana e que pretendia reduzir o valor do subsídio repassado à Urbs, gestora de todo o sistema. No fim do mês, depois de uma greve de três dias, Fruet decidiu que a Urbs não faria mais a intermediação, devolvendo ao estado a responsabilidade pelo pagamento às empresas metropolitanas. Isso precipitou o fim da integração financeira do sistema e provocou mudanças nas linhas e na integração do transporte.
MARÇO
REELEIÇÃO DISTANTE
Os problemas com o transporte público e o aumento da tarifa para R$ 3,30, greve de servidores de saúde, falta de ações mais vistosas e o descontentamento geral da população com a classe política estão por trás da queda da popularidade de Gustavo Fruet. O percentual de pessoas que desaprovava a gestão subiu para 65%. Outra pesquisa mostrou que o pedetista aparecia em segundo lugar na pesquisa de intenção de voto para prefeito (12,7%), atrás do secretário estadual de Desenvolvimento Urbano, Ratinho Jr. (26,4%).
ABRIL
METRÔ ATRASADO
Fruet tinha expectativa de conseguir lançar o edital do metrô ainda no primeiro semestre. Em abril, pediu ao ministro das Cidades, Gilberto Kassab, um reajuste de R$ 463,4 milhões na contrapartida da União, para atualização do valor edital, orçado inicialmente em R$ 1,8 bilhão em 2013, mas que pela atualização da inflação iria para R$ 2,2 bilhões. Kassab fez sinalização positiva, mas, em meio à crise econômica e política, nada aconteceu. O prefeito teve, porém, um momento de popularidade no final de abril, durante a repressão policial patrocinada pelo governo estadual e Assembleia, que deixou centenas de feridos. A prefeitura virou um “hospital” e porto seguro para os manifestantes.
MAIO
ALERTA NAS FINANÇAS
A Lei de Diretrizes Orçamentárias, encaminhada ao Legislativo em maio, apontou para a possibilidade de a gestão de Gustavo Fruet encerrar o mandato de quatro anos, em 2016, com déficit acumulado de R$ 800 milhões. Segundo a Secretaria de Finanças, a ampliação dos serviços públicos nos últimos anos e o mau momento da economia brasileira explicam essa situação. Em maio também surgiu uma notícia preocupante para a arrecadação municipal: o banco HSBC anunciou que estava encerrando as atividades no Brasil. Com a venda para o Bradesco, sediado em Osasco (SP), operação que se concretizou em agosto, Curitiba deixa de arrecadar cerca de R$ 540 milhões ao ano em Imposto sobre Serviços (ISS).
SETEMBRO
VELOCIDADE CONTROLADA
Prefeitura anuncia em setembro uma nova medida para controle de trânsito: velocidade máxima de 40 km/h, a partir de novembro, dentro de um anel central. Aliada a medidas anteriores, como a implantação de vias exclusivas de ônibus, da Via Calma para trânsito de bicicletas na Avenida Sete de Setembro, construção de parklets (bancos públicos em locais que antes eram de estacionamento de carros), a mudança desperta a ira de muitos motoristas, que não concordam com os projetos de trânsito da gestão Fruet e reclamam que não há contrapartida na melhora do transporte.
DEZEMBRO
VELHOS FANTASMAS
No início do mês nova ameaça de greve de motoristas e cobradores levanta questionamentos sobre a gestão do transporte público e a sustentabilidade financeira do sistema. Empresas pedem reajuste na tarifa técnica, o que vai impactar na tarifa para o usuário. Outro problema antigo ressurge: a falta de vagas em berçários. Com a obrigação de garantir atendimento pleno às crianças de 4 e 5 anos a partir de 2016, gestão de Fruet anuncia fechamento de 20% das turmas de berçário. Sindicato dos servidores faz denúncia ao Ministério Público, que desde 2014 solicita na Justiça a abertura de pelo menos 24 mil vagas na Educação Infantil.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura