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Ele não revela a idade de jeito algum. Mas gosta de mostrar que tem muita experiência e, só de vida pública são 43 anos, desde que tornou-se vereador em Arapongas pela primeira vez, em 1964. É do PMDB ainda da época do MDB. O deputado estadual Waldyr Pugliesi, que está em seu terceiro mandato na Assembléia Legislativa, foi uma vez deputado federal, além de prefeito de Arapongas, foi convocado para ser o presidente estadual do PMDB, tendo como principal função unificar o partido e prepará-lo para as eleições de 2008, da qual ele mesmo pode participar, como candidato à prefeitura de Arapongas novamente.

Mas além de ter essas complicadas missões, há ainda uma outra que ele tem prazer de defender: a de proteger e divulgar o nome e as ações do governador Roberto Requião (PMDB). Não titubeia em lançar o nome de Requião para a presidência da República, um sonho dos filiados à sigla no Paraná. Pugliesi é tão defensor de Requião que, durante a entrevista à Gazeta do Povo, deixou um pouco de lado o jeito irreverente que o caracteriza, com frases marcantes e irônicas, para dar espaço a um Pugliesi sério e preocupado.

No próximo dia 23 o PMDB fará uma reunião nacional do partido, em Curitiba, que está sob sua coordenação. O objetivo é mesmo discutir a viabilidade do nome do governador Roberto Requião para candidato a presidente da República?Citando Ulisses Guimarães, " quem não se reúne, se desune". O que queremos é avaliar o partido e ver quem somos. Atualmente, temos um partido, mas não o que queremos. O PMDB hoje é uma partido "partido", rachado. Temos que discutir as eleições do ano que vem, o apoio ao governo federal, afinal, somos da base do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). E vamos também debater o quadro para 2010. Sempre defendi candidatura própria do partido. O Requião é muito qualificado e conhece o país. Mas, logicamente, não é o presidente que muitos queriam.

A eleição para a prefeitura de Curitiba também será discutida?Essa já está sendo debatida dentro do partido. Todos os pré-candidatos estão tendo espaço e a apresentação de idéias está ocorrendo. Temos que ter em mente que o partido tem acervo de conhecimento e história. Para ser candidato é preciso conhecer a cidade.

Mesmo havendo todo esse debate, o candidato seria o escolhido pelo governador?Não temos nada de prato feito. A questão está zerada. É lógico que o Requião é um grande eleitor dentro do partido. Mas ele não manifestou preferência por ninguém até agora.

E para suceder o governador em 2010, quem seria o nome do PMDB? O vice-governador Orlando Pessuti?O Pessuti há anos tem visibilidade e corre todos os municípios do estado. Há muito ele tem se colocado como pré-candidato à sucessão do Requião. Mas acho inoportuna e extemporânea essa discussão no partido agora. Estamos apenas começando o terceiro mandato do Requião.

Está em discussão na Assembléia Legislativa o aumento das taxas do Detran e o aumento do IPVA, as duas mensagens enviadas pelo governo do estado. É para aumentar o caixa? E só se aumenta o caixa aumentando impostos?Os municípios exigem muita coisa do governo, como obras. E como atender a todos? Não podemos tratar essas situações de forma superficial. O ideal seria fazer uma redução de impostos, mas, por exemplo, construímos um hospital e de onde vem o dinheiro para o funcionamento? Cai do céu? Não pode haver demagogia. Pontualmente é necessário o aumento de impostos, embora não sejamos favoráveis. O que deveria ocorrer é acabar com a brutal sonegação de impostos, que para cada R$ 1 arrecadado, R$ 2 fogem de maneira criminosa. Nessa questão do IPVA, tem o seguinte: o estado de São Paulo está fazendo uma blitz contra o emplacamento de veículos no Paraná, porque aqui é mais barato. Nós cobramos 2,5% de IPVA, enquanto em São Paulo a taxa é 4%.

Sobre o pedágio, o senhor não acha que o governador dificulta as negociações tentando impor as condições dele?O Requião não quer impor. Ninguém sentou para negociar, não houve propostas nem contra-propostas. Não houve profundidade nas discussões. Sobre o que o Requião faz e fala, esse é o estilo dele e cada um tem o seu. Mas garanto que haverá conversas mais consistentes. O Requião sempre deu autorizações para que conversas existissem, desde quando eu era secretário estadual dos Transportes. Sempre estivemos sozinhos nessa luta. Quando era derrubada uma liminar obtida pelo governo contra as concessionárias de pedágio, havia quem soltasse fogos. Só que com as novas concessões do governo federal, provou-se que a tarifa pode ser mais baixa, mesmo estando em momentos e formas de concessões diferentes. Hoje, as concessionárias vêem o problema de forma diferente e acredito que não vão mais radicalizar tanto quanto antes. Hoje há uma constatação de que a situação pode ser diferente e a sociedade organizada está se mobilizando.

A entrada da Copel no leilão para as novas concessões de estradas a serem pedagiadas foi uma forma de mostrar que as tarifas poderiam ser menores?É lógico. E os outros morreram de medo das tarifas que poderiam ser apresentadas pela Copel. A Copel entrou para mostrar ao país que as tarifas cobradas eram abusivas. Não esperávamos ganhar.

Mas foram apresentadas propostas mais baixas do que as da Copel. Por que a da Copel foi mais mais alta que algumas?Isso não posso responder. Não sou da Copel.

O senhor acha que essas brigas e ataques do governador a instituições, como o Ministério Público Estadual (MP), e a membros de outras, como ao conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TC), Fernando Guimarães, atrapalham o andamento do governo?O governador não é espectador, é ator. Ele não deixa de discutir todo e qualquer problema existente. O Requião fala e age em relação a todos. Nunca é omisso.

O ex-procurador-geral do Estado, Sérgio Botto de Lacerda, divulgou carta e deu entrevista criticando muito o governador Roberto Requião, chamando-o de omisso. O que o senhor pensa dessas críticas?É melhor nem comentar mais esse assunto. Isso aí foi problema de vaidades feridas.

Como o senhor avalia a base governistas e a oposição na Assembléia Legislativa?A base tem se mostrado unida nas questões fundamentais. O PMDB é plural, mas no fim prevalece unido, assim como a base. E a oposição atua do jeito que pode. O parlamento é lugar de se falar mesmo e é necessário que haja oposição e que seja respeitada.

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