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Manifestações começaram  em 2014 e atingiram números expressivos em março de 2015.  Em Curitiba, 200  mil foram às ruas em 13 de março deste ano contra o governo. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Manifestações começaram em 2014 e atingiram números expressivos em março de 2015. Em Curitiba, 200 mil foram às ruas em 13 de março deste ano contra o governo.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Desde o ano passado, o Brasil vive uma efervescência de movimentos de rua. Os protestos começaram, em sua maioria, como crítica ao governo federal e às denúncias de corrupção, com a evolução da operação Lava Jato, e tomaram proporções nunca antes vistas. Depois, foi a vez de os movimentos pró-governo organizarem atos. A iminente saída da presidente Dilma Rousseff (PT) , porém, deixa uma pergunta: qual o futuro das manifestações?

Os protestos contra o governo Dilma começaram ainda em 2014, mas atingiram um número expressivo de manifestantes em março de 2015: foram 2,4 milhões nas ruas de todo o país. Em Curitiba, 80 mil foram às ruas na ocasião – maior ato político registrado na capital até então desde o movimento das Diretas Já.

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As manifestações continuaram ocorrendo em todo o país, mas com menor adesão, pelo menos até a instalação do processo de impeachment pelo presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em dezembro do ano passado. Desde então, o maior protesto aconteceu no dia 13 de março e reuniu mais de 3 milhões de manifestantes em todo o país. Só em Curitiba, foram 200 mil pessoas, de acordo com a Polícia Militar.

O representante do Movimento Brasil Livre (MBL) em Curitiba, Eder Borges, afirma que as manifestações vão continuar, pelo menos, até que a presidente Dilma Rousseff deixe o Palácio do Planalto. “Seguimos agora pressionando os senadores, tanto os do Paraná quanto os outros”, diz. Para a líder do movimento Vem pra Rua na região sul, Adriana Dornelles, o foco de mobilização agora são os senadores indecisos, com foco no ativismo virtual. “Mantemos o mapa do impeachment na internet, onde mapeamos o voto dos parlamentares e pressionamos principalmente os indecisos. Na votação na Câmara, tivemos quase 100% de precisão”, explica.

Borges afirma que não há definições sobre futuros alvos políticos dos protestos porque o grupo de Curitiba busca, principalmente, a implantação de reformas liberais no Brasil. Para o representante, em um futuro governo de Michel Temer (PMDB) reformas de cunho liberal seriam mais viáveis. “Não há uma ideologia de esquerda tão forte”, diz. Já Adriana afirma que as manifestações não devem parar após a saída de Dilma, mas o foco deve estar na corrupção e não em políticos. “Sabemos que temos um presidente da Câmara [Eduardo Cunha] e um presidente do Senado [Renan Calheiros] corruptos e não aprovamos isto. O Vem Pra Rua não vai descansar até que os políticos corruptos deixem o comando do país”, afirma.

Quanto à luta contra a corrupção, Borges avalia que o apoio à Operação Lava Jato e uma agenda liberal no governo serão mais eficazes do que os protestos. “As manifestações por si só não vão conscientizar os políticos. Só o apoio à Lava Jato e reformas liberais podem frear o desperdício de dinheiro público”.

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