O Paraná no governo Lula

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"Essa iniciativa se constitui uma retaliação contra decisões judiciais."

Do jurista René Dotti, advogado da empresa Syngenta, criticando o decreto estadual que declarou de utilidade pública uma fazenda de propriedade daquela empresa ocupada há sete meses por um movimento de sem-terra, para não atender à ordem judicial de reintegração de posse.

Teria o Paraná chance de ocupar mais cargos no governo federal no segundo mandato do presidente Lula? Se depender do governador Roberto Requião, não. Se depender do principal interlocutor do presidente no estado, Jorge Samek, sim.

Ocupar posições estratégicas no plano federal é coisa que a maioria dos estados luta muito para conseguir. Eles sabem que, por essa via, é possível obter benefícios e investimentos da União que, de outra forma, não viriam. Quando não por cargos, pelo menos é pelo jogo político e pelas relações entre os dois entes federativos que costumam ser encaminhadas as decisões de interesse dos estados.

O Paraná, no entanto, se comporta historicamente na contramão dessa prática. Tanto pela não- presença em postos federais de relevância, quanto pela timidez e desunião com que agem seus políticos, o Paraná acaba sempre relegado a uma participação residual na destinação de verbas orçamentárias, quanto em definições estratégicas de investimentos, especialmente em infra-estrutura.

Apesar disso, o governador Requião mantém a opinião – afirmada em inúmeras ocasiões – de que não pretende entrar nesse tipo de briga, por não considerar relevante a ocupação de espaços federais.

Já o presidente da Itaipu Binacional, Jorge Samek, que coordenou a campanha de Lula no Paraná, acha viável e importante que o estado venha a ampliar sua presença no próximo mandato presidencial. Ele é um dos nomes, aliás, mais citados para ser elevado à condição de ministro.

Olho vivo

Política na OAB – A chapa OAB Democrática, uma das três que concorrem à eleição do dia 20 para a renovação do conselho estadual da Ordem dos Advogados do Brasil, informou em nota que não reproduz em sua constituição a mesma composição da aliança PMDB/PT que elegeu o governo do estado. Diz que seus membros pertencem (ou apoiaram) todos os demais candidatos e partidos que participaram do pleito. É, pois, pluripartidária.

Anti-rábica – Boa notícia divulgada pela Agência Estadual de Notícias: o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) vai iniciar a produção em larga escala de vacina anti-rábica obtida a partir de tecnologia inédita desenvolvida pela instituição. Combaterá com mais eficácia a raiva de animais.

Grampo 1 – O presidente da Assembléia Legislativa, deputado Hermas Brandão, promete indicar os nomes dos sete membros da CPI do Grampo até o início da semana, caso as bancadas não o façam dentro do prazo estabelecido. A CPI foi instituída para investigar as atividades ilegais de escuta telefônica do policial Délcio Rasera, que trabalhava como assessor no Palácio Iguaçu, descobertas pela Procuradoria de Investigações Criminais (PIC).

Grampo 2 – Um dos autores da proposta, o deputado Valdir Rossoni, líder da oposição na Assembléia, teme que esteja em curso uma manobra governista para esvaziar a CPI. Os deputados – que serão majoritariamente da ala alinhada ao Palácio Iguaçu – têm o direito de recusar a indicação de seus nomes, levando a um impasse que acabaria, na prática, no arquivamento da Comissão de Inquérito.