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"São fatos maravilhosos."

Do vice-governador Orlando Pessuti, tomando gosto pelos superlativos bombásticos, ao falar ontem, na Fetaep, sobre programas do governo estadual para a agricultura familiar.

O governador Roberto Requião manteve-se durante quase toda a campanha neutro em relação à disputa presidencial. Alegava discordâncias em relação à política econômica empreendida por Lula. Também não queria Alckmin, a quem acusava de privatista. No finzinho, acabou abraçado a Lula por entender que no segundo mandato Lula deixaria de ser o neoliberal da primeira gestão.

Pois bem: um dos primeiros atos de Lula em seu próximo mandato será pedagiar rodovias federais que cortam o Paraná. O processo de privatização da administração das estradas deve ser aberto efetivamente em março, com o lançamento dos editais de chamamento às empreiteiras interessadas.

Se Requião é contra o pedágio estadual, contra o qual lançou o anátema não cumprido do "abaixa ou acaba", pergunta-se:

• Lançará o mesmo anátema contra o pedágio de Lula?

• Demonstrará ao presidente que é possível – como repetiu inúmeras vezes na campanha – fazer, recuperar e conservar estradas sem precisar cobrar pedágio, só com dinheiro público?

• Mostrará ao presidente que o pedágio é pernicioso para a economia paranaense e que os prejuízos agora serão ampliados?

• Vai mandar o DER construir estradas alternativas aos trechos pedagiados das BRs 116 e 376?

• Caso nada disso dê certo, chamará os amigos Doático Santos, Acir Mezadri e a turma do MST para quebrar as praças de pedágio?

• Ou, como última hipótese, romperá com Lula e declarará ter cometido um erro de avaliação ao abraçar a candidatura dele à reeleição?

Um Requião para domesticar Doático

Enfim, surgiu o nome ideal para ser o interlocutor da prefeitura de Curitiba com Doático Santos, o nomeado de Requião para tratar com o prefeito Beto Richa das relações da cidade com o governo estadual. Trata-se do advogado Glauco Requião, superintendente da Secretaria Municipal de Assuntos Metropolitanos e primo do governador.

A escolha pode agradar aos dois lados. Agradará a Requião por se tratar de mais um parente elevado a uma posição de relevância na esfera administrativa. E agradará também a Beto Richa, que até agora demonstrou não saber como lidar com a sinuca de bico que o governador lhe preparou.

A idéia da sugerir o nome de Glauco para o posto partiu do vereador e deputado eleito Ney Leprevost, que tirou da cartola um argumento mais do que convincente: "Nada como um Requião para domesticar um Doático!"

Olho vivo

Trem bão 1 – Autora da lei que torna obrigatória a implantação das regiões metropolitanas, a deputada reeleita Cida Borgheti (PP) espera que o governador Roberto Requião cumpra a promessa de fazer funcionar as três criadas no Paraná – Maringá, Londrina e Cascavel. Recursos para a montagem da estrutura necessária já estão previstos no orçamento do estado.

Trem bão 2 – Se isso ocorrer, será possível, por exemplo, construir uma ferrovia ligando Maringá a Londrina, também prometida pelo governador reeleito. O projeto de engenharia está sendo detalhado pela Secretaria dos Transportes e há promessa do BNDES de financiar a obra.

Águas passadas 1 – Inspirado por uma nota publicada nesta coluna ontem, o pessoal ligado a Rubens Bueno pôs numa planilha as votações do primeiro e segundo turnos. E chegou à conclusão de que praticamente todos os eleitores que votaram em Rubens no primeiro migraram para Osmar no segundo, em todo o Paraná e não apenas em Curitiba.

Águas passadas 2 – A soma dos votos de ambos ficou em 2.531.000 votos no primeiro turno; no segundo, Osmar fez só um pouco mais – 2.658.000. Osmar perdeu a eleição e agora esses cálculos são o que são: águas passadas. A eventual recompensa pelo apoio de Rubens já não pode mais se dar com cargos no governo.

Tribunal – Como Pessuti e Hermas rejeitaram a nomeação para o Tribunal de Contas, o psicanalista e administrador portuário Eduardo Requião já se apresentou para a vaga. Há quem defenda outro nome: Doático Santos.

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