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A polêmica em torno do Porto de Paranaguá é uma pedra no sapato do governador Roberto Requião. Para ele, o terminal paranaense é um dos melhores do mundo e seu primeiro-irmão Eduardo, o melhor administrador portuário da América Latina.

O problema é que a opinião de Requião não coincide com a de outras pessoas que entendem do assunto. Ainda anteontem, em reunião na Câmara Americana de Comércio (Amcham), a Eagle Global Logistics – uma das maiores empresas mundiais na área, presente em 100 países – informou o seguinte: "No Porto de Paranaguá não temos garantia alguma de atracação (...) devido à falta de planejamento da escala de navios, as chamadas janelas de atracação". Sem isso, as autoridades portuárias não autorizam os armadores a desembarcarem suas mercadorias.

E mais se disse na Amcham: "Isso prejudica muito a importação e a exportação porque o produto não é descarregado no Paraná e acaba indo para outros portos". Tal deslocamento causa aumento de custos e atraso nas entregas, levando à perda de competitividade de empresas brasileiras.

Claro que o governo discorda. Ainda ontem, em matéria distribuída pelo Palácio Iguaçu, recorreu de novo a uma declaração atribuída ao cônsul-geral dos Estados Unidos, Christopher Mc Mullen, segundo a qual o Porto de Paranaguá teria sido escolhido pelo governo de seu país para ser "a principal porta de entrada de produtos, serviços e tecnologia americanos" no Brasil.

O cônsul McMullen, como se sabe, desmentiu essa afirmação há dois meses e desautorizou a sua repetição.

A demora do memorando

Para que a instalação da CPI do Grampo comece a funcionar na Assembléia Legislativa é preciso que o presidente da Casa leia, em plenário, o memorando de instalação. Só depois disso as bancadas indicarão seus representantes na comissão.

O tal memorando está pronto desde o dia 27 de setembro, mas o deputado Pedro Ivo, que presidiu interinamente a AL por 60 dias, não fez a leitura. Ontem, deputados da oposição esperavam ansiosos para que o titular, deputado Hermas Brandão, dissesse em que data pretende ler o memorando. Não obtiveram resposta.

A CPI, aprovada na primeira quinzena de setembro, se destina a investigar as atividades de arapongagem do policial civil Délcio Rasera, que nos últimos três anos exerceu cargo de confiança junto ao principal gabinete do Palácio Iguaçu.

Olho vivoForça de Beto 1 – Tem gente que não pára de fazer contas. A última é a seguinte: Osmar Dias fez 314 mil votos em Curitiba no primeiro turno; Rubens Bueno, 163 mil. Somados, 477 mil votos. No segundo turno, Osmar fez 470 mil – ou seja, trouxe para si apenas os votos de Rubens Bueno, o que já era esperado como natural. E então o sujeito que fez essa conta pergunta: qual foi a contribuição de Beto Richa para o êxito de Osmar em Curitiba?

Força de Beto 2 – Independentemente desse tipo de interpretação matemático-política (que Beto deve achar desagradável), ele também tem motivos para se alegrar: está em acelerada gestação a renovação do acordo nacional PSDB/PFL, o que poderá beneficiá-lo na campanha para a reeleição de 2008.Força de Beto 3 – A rearticulação entre tucanos e pefelistas foi iniciada anteontem, em São Paulo, quando o governador eleito José Serra (PSDB) e o prefeito Gilberto Kassab (PFL) firmaram pacto de apoio mútuo: Serra apoiará Kassab na disputa pela prefeitura paulistana em 2008 e este apoiará Serra na campanha para a Presidência em 2010.Força de Beto 4 – Um dos participantes do encontro que selou o pacto foi o deputado federal paranaense Alceni Guerra (PFL). No seu entendimento, este acordo deverá ser estendido para outros estados. No caso paranaense, seu primeiro reflexo seria jogar o PFL no colo de Beto Richa. Um trunfo importante para quem terá de enfrentar a poderosa aliança requianista PMDB-PT, interessada em apear da prefeitura o "malcriado" Beto Richa.

celso@gazetadopovo.com.br

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