O ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse na tarde desta quarta-feira (12) que está faltando uma participação mais intensa da comunidade internacional nos projetos de recuperação do Haiti.
O ministro participou de de uma homenagem, em Brasília, aos 18 militares mortos no terremoto do dia 12 de janeiro do ano passado no país. Ao todo, 21 brasileiros perderam a vida na tragédia. Em um ano, a recuperação do Haiti ainda avança lentamente - somente 5% dos escombros foram recolhidos.
"O trabalho do Brasil está ótimo. O que está faltando é a participação internacional. A efetiva participação internacional em relação a recursos, aquilo que se prometeu, que é de recursos, que se chegue, na ponta", disse o ministro.
O Brasil comanda desde 2004 a Missão para a Estabilização do Haiti (Minustah), formada por 19 países. Com o terremoto, as tropas brasileiras receberam um acréscimo de militares, chegando a mais de 2 mil. Para este ano, o Ministério da Defesa estima gastar R$ 240 milhões para a manutenção da tropa no país.
"Estamos com problemas de recursos. A Minustah não tem recurso para esse tipo de situação [recuperação]. Eles estão estruturados apenas para manutenção de paz. Houve uma série de promessas, com políticos internacionais,10 milhões para cá, 10 para lá, mas dinheiro que é bom, não apareceu", disse o ministro.
O ministro não quis especificar que países teriam feito promessas de repasses de recursos não cumpridas, mas afirmou que as maiores doações ao longo do ano foram feitas por Brasil, Austrália, Colômbia e Canadá. A participação dos Estados Unidos, segundo o ministro ocorreu mais em caráter emergencial.
"Os Estados Unidos nao têm missao de paz junto à ONU porque a regra deles não permite que soldados americanos sejam comandados por generais de outros países", afirmou.
Jobim voltou a reafirmar que não há prazo para a saída das tropas brasileiras do Haiti. "As tropas brasileiras vão ficar o tempo que for necessário ficar."
Caças
Questionado sobre a indefinição brasileira sobre a compra de caças franceses ou americanos para Força Aérea, o ministro falou que "o que falta é a decisão".
Nesta semana, a presidente Dilma Rousseff esteve reunida com o senador norte-americano John McCain, que defendeu a tecnologia dos caças americanos.
Comissão da Verdade
Antes da cerimônia, o ministro da Defesa esteve reunido com a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário.
Os dois conversaram sobre a instalação da Comissão da Verdade, destinada a apurar casos de desaparecidos políticos durante o regime militar.
O ministro não deu detalhes sobre o encontro, mas afirmou que não há divergências. "Não há nenhum divergência. Há um projeto de lei do governo que vai ser aprovado por ambos os ministros", disse.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Deixe sua opinião