Horas depois de o presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), alfinetar setores do PMDB, que não estariam dispostos a encarar o desgaste das reformas necessárias para a retomada do crescimento, e pedir a Michel Temer que amplie o diálogo com o próprio partido, o presidente da República reagiu. Na China, onde participa da reunião do G-20, Temer afirmou que “discutir a relação” é uma de suas principais tarefas.
“O que eu mais faço é discutir relação. Com os amigos do PSDB, eu tenho conversado muito frequentemente. Eu prezo muito o apoio do PSDB. Com esta base sólida é que nós vamos conseguir aprovar questões aparentemente dificeis, mas que produzirão efeitos muito benéficos no futuro. Conversar, nós haveremos de conversar sempre”, afirmou.
Temer dá uma escapadinha para comprar sapato e vira “garoto-propaganda” na China
Segundo a imprensa local, alguns consumidores foram comprar o mesmo modelo escolhido por Temer, assim que ele deixou a loja
Leia a matéria completaAécio criticou setores do PMDB, em entrevista publicada na edição do GLOBO deste domingo. O senador tucano citou especificamente o envolvimento do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na articulação que permitiu a ex-presidente Dilma Rousseff manter seus direitos políticos, apesar da cassação do mandato. Para ele, o PMDB não pode dar sinais de que não deseja implementar as mudanças necessárias para o país.
“Vejo isto no presidente (disposição para implementar reformas), mas não consigo enxergar na totalidade do PMDB. Temer tem que ter uma “DR” com o PMDB. Se não começar com seu partido, uma senha estará sendo dada para que essas reformas não se viabilizem. Da mesma forma que Renan Calheiros deu uma senha ao encaminhar a votação (do fatiamento da pena de Dilma Rousseff), de forma inoportuna, para que o PMDB tivesse uma posição equivocada e de afronta à Constituição“, afirmou Aécio, na entrevista ao GLOBO.
Na entrevista, o senador tucano ainda defendeu o papel do PSDB no governo Temer. “Sem o apoio do PSDB, não existirá governo Temer. O PSDB não pretende sair da base, sabe que o seu papel é imprescindível. Se o PSDB sair, quem perde é o governo. As cobranças do PSDB incomodam setores do PMDB? Talvez aqueles que tenham receio de enfrentar as reformas. Mas o núcleo mais próximo ao presidente tem reafirmado o compromisso com esta agenda”.
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