| Foto: GREG BAKER/AFP

Horas depois de o presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), alfinetar setores do PMDB, que não estariam dispostos a encarar o desgaste das reformas necessárias para a retomada do crescimento, e pedir a Michel Temer que amplie o diálogo com o próprio partido, o presidente da República reagiu. Na China, onde participa da reunião do G-20, Temer afirmou que “discutir a relação” é uma de suas principais tarefas.

CARREGANDO :)

“O que eu mais faço é discutir relação. Com os amigos do PSDB, eu tenho conversado muito frequentemente. Eu prezo muito o apoio do PSDB. Com esta base sólida é que nós vamos conseguir aprovar questões aparentemente dificeis, mas que produzirão efeitos muito benéficos no futuro. Conversar, nós haveremos de conversar sempre”, afirmou.

Publicidade

Aécio criticou setores do PMDB, em entrevista publicada na edição do GLOBO deste domingo. O senador tucano citou especificamente o envolvimento do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), na articulação que permitiu a ex-presidente Dilma Rousseff manter seus direitos políticos, apesar da cassação do mandato. Para ele, o PMDB não pode dar sinais de que não deseja implementar as mudanças necessárias para o país.

“Vejo isto no presidente (disposição para implementar reformas), mas não consigo enxergar na totalidade do PMDB. Temer tem que ter uma “DR” com o PMDB. Se não começar com seu partido, uma senha estará sendo dada para que essas reformas não se viabilizem. Da mesma forma que Renan Calheiros deu uma senha ao encaminhar a votação (do fatiamento da pena de Dilma Rousseff), de forma inoportuna, para que o PMDB tivesse uma posição equivocada e de afronta à Constituição“, afirmou Aécio, na entrevista ao GLOBO.

Na entrevista, o senador tucano ainda defendeu o papel do PSDB no governo Temer. “Sem o apoio do PSDB, não existirá governo Temer. O PSDB não pretende sair da base, sabe que o seu papel é imprescindível. Se o PSDB sair, quem perde é o governo. As cobranças do PSDB incomodam setores do PMDB? Talvez aqueles que tenham receio de enfrentar as reformas. Mas o núcleo mais próximo ao presidente tem reafirmado o compromisso com esta agenda”.