A internet está cada vez mostrando a sua força também no carnaval. Praticamente todas as grandes escolas de samba já mantêm home pages na rede, que servem como difusores do enredo e vitrines de venda de fantasias. Sites como o Globo Online trasmitem em tempo real tudo sobre a grande festa e alguns organizadores de desfiles, como em São Paulo, já estão usando a web para vender ingressos.
O crescimento das comunidades virtuais e grupos de discussão na web dedicados exclusivamemte ao carnaval também mostra que a internet convive muito bem com uma festa tão tradicional como a de Momo.
A doutora em Comunicação e Cultura Simone Pereira de Sá é autora do livro "O Samba em Rede - Comunidades virtuais, dinâmicas identitarias e carnaval carioca" (editora E-Papers), lançado este mês, que desfaz os temores daqueles que imaginam que novas tecnologias como a internet contribuem para a destruição das tradições do carnaval autêntico, acabando com suas raízes.
Segundo a autora, a web é um forte instrumento de apoio para o fortalecimento dos laços e da identidade das comunidades carnavalescas. E contribui para a consolidação do carnaval, e não para a destruição de suas tradições.
Tomando como base o universo das listas de discussão online sobre o carnaval carioca, "O samba em rede" busca revelar o que faz um grupo se debruçar, há alguns anos, por horas a fio sobre seus computadores discutindo carnaval. Quem são estes internautas? Quais os valores do grupo e como o computador em rede contribui para a construção social de sua identidade e para a noção de que pertencem a uma comunidade?
Analisando uma das listas pioneiras no Brasil sobre o assunto, o livro busca compreender o fenômeno da comunicação mediada por computador a partir de uma perspectiva etnográfica.
- Há a crença de que o carnaval estaria se espetacularizando e que a internet seria mais um passo para a sua destruição. Mas, pelo contrário, descobri que são militantes apaixonados que formam as comunidades virtuais. Essas pessoas encontraram ali um espaço bacana para falar de carnaval. A internet permite a consolidação de laços que não existiam - diz Simone, professora da pós-graduação da Universidade Federal Fluminense (UFF).
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