A Ordem dos Advogados do Brasil do Distrito Federal (OAB-DF) pediu nesta segunda-feira (22) que a Polícia Civil abra um inquérito administrativo para apurar a conduta da delegada Mabel de Faria pelo indiciamento da arquiteta Adriana Villela por suposto envolvimento com os assassinatos dos pais, o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela e Maria Villela, e da empregada do casal, Francisca Nascimento da Silva.
O inquérito também é pedido contra a ex-delegada que foi afastada do caso, Débora Menezes, que deixou a investigação na semana passada. O ex-ministro, a mulher e empregada foram mortos a facadas em agosto de 2009 no apartamento onde moravam, em Brasília.
A delegada Débora Menezes informou que não se manifestará sobre o caso. O G1 procurou a delegada Mabel de Faria, mas ela não havia respondido até a publicação desta reportagem.
De acordo com o presidente da OAB-DF, Francisco Caputo, a acusação feita contra Adriana Villela antes de a polícia ter encontrado os executores do crime foi "precipitada e desprovida de provas". O indiciamento de Adriana foi pedido pela Corvida. A filha do casal nega participação no crime.
Adriana sempre negou envolvimento com a morte dos pais e da empregada do casal, disse que a ação da polícia no caso foi "irresponsável" e declarou que a Corvida sempre teve farto material que provaria a inocência dela.
"Agora que tivemos o aparecimento dos executores, é importante que essa acusação [contra Adriana Villela] seja revisada. Não estamos defendendo ninguém. O que queremos é a legalidade do estado democrático. A OAB entende que a denúncia contra a Adriana, da forma como foi feita, foi precipitada e desprovida de provas", disse o presidente da OAB-DF.
Na segunda-feira (16), A Polícia Civil do Distrito Federal determinou a prisão do ex-porteiro Leonardo Alves, que trabalhava no prédio onde o casa Villela morava, que admitiu ter cometido os assassinatos com a ajuda de um sobrinho. Alves está preso em Brasília e o sobrinho dele, em Montalvânia (MG).
Francisco Caputo também considera "preocupante" as divergências públicas das delegadas envolvidas no caso. Enquanto Mabel acusa Adriana Villela de participação no crime, Débora afirmou que a filha do ex-ministro não teria tido participação no assassinato.
Mabel de Faria reassumiu o caso na última quinta-feira (18), por determinação da Justiça, no lugar da responsável da 8ª Delegacia de Polícia, Débora Menezes. "É muito preocupante ficar vendo pela imprensa esse bate-boca das delegadas", disse.
Pedido no TJ
Ainda nesta segunda, o advogado de Adriana, Rodrigo Alencastro, ingressou no Tribunal de Justiça do Distrito Federal com um pedido de afastamento da delegada Mabel Faria das investigações. De acordo com Alencastro, a acusação feita pela delegada Mabel Faria contra Adriana Villela foi "precipitada".
"A situação é surreal, um absurdo completo. A falta de isenção desta delegada [Mabel], que acusa a Adriana sem ter provas, compromete o resultado das investigações", disse o advogado.
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