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O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Roberto Busato, vai enviar nesta segunda-feira à Procuradoria-Geral da República notícia-crime contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O encaminhamento do pedido foi decidido pelo Conselho Federal da OAB e defende o aprofundamento das investigações contra Lula. A OAB acredita que existem indícios de envolvimento do presidente no escândalo do mensalão que envolveu dezenas de pessoas do seu partido, o PT, e do governo.

- O presidente Lula é um homem absolutamente político, um animal político por excelência, foi criado dentro da política, é calejado nesse aspecto e não saber de nada o que ocorria na ante-sala do seu gabinete deixou a população com o sabor amargo na boca. Um sabor amargo daquele que foi também traído por parte do próprio presidente da República - disseBusato.

Para ele, os maiores indícios de que o presidente foi omisso em relação às irregularidades dentro de seu governo estão no fato de ele ter elogiado publicamente ministros representados pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza. O presidente da OAB cita também a compra, por uma concessionária de serviço público, de ações de uma pequena empresa do filho do presidente, a Gamecorp.

Roberto Busato nega que a iniciativa da Ordem tenha motivação política:

- Não há simetria entre o pedido que a Ordem vai fazer e o calendário eleitoral, ou a vontade popular ou os índices de prestígio que o presidente Lula possa ter. Nós saímos do campo político e fomos para o campo jurídico. Portanto, não tem nada a ver a disputa partidária, a disputa política, do presidente, da oposição, com esta medida que é técnica, jurídica e que será analisada pelo Procurador-Geral da República.

A decisão de apresentar a notícia-crime foi tomada no dia 8 de maio, quando o Conselho da OAB desistiu de apresentar um pedido de impeachment do presidente, optando pela representação ao Ministério Público. Além da recomendação, a OAB entregará ao procurador-geral o relatório rejeitado pelo Conselho Federal que defendia o impeachment de Lula, elaborado pelo conselheiro Sérgio Ferraz.

O procurador-geral, que já declarou não ter encontrado provas contra Lula no caso do mensalão operado pelo publicitário Marcos Valério, poderá pedir o arquivamento da notícia-crime da OAB.

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