A Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal (OAB-DF) estuda ingressar com pedido de impeachment do governador do Distrito Federal José Roberto Arruda (DEM). A entidade analisará o inquérito que motivou a Operação Pandora, da Polícia Federal (PF), para examinar se há elementos que comprovem o esquema de pagamento ilegal a sua base aliada na Câmara Legislativa distrital.
A decisão foi anunciada pela presidente da Seccional, Estefânia Viveiros, na noite de sexta-feira (27) depois de reunião de emergência com o vice-presidente Ibaneis Rocha. Caso haja elementos para pedir o impeachment, a proposta será submetida ao Conselho Pleno, órgão máximo da entidade.
A Operação Pandora da PF foi desencadeada na sexta com o objetivo de reprimir fraudes em licitações no Governo do Distrito Federal. Segundo a PF, foram cumpridos 29 mandados de busca e apreensão em Brasília, Goiânia e Belo Horizonte, expedidos pelo Ministro Fernando Gonçalves, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Cerca de 150 policiais federais cumpriram os mandados em gabinetes de órgãos públicos, residências e empresas. De acordo com a PF, a investigação detectou indícios de pagamento de recursos a altos servidores do governo, por empresas que mantinham contrato com o GDF. Foram apreendidos computadores, equipamentos eletrônicos, documentos, além de R$ 700 mil, US$ 30 mil dólares e 5 mil euros. O material apreendido será analisado e posteriormente encaminhado ao STJ, informou ontem a PF.
O ex-secretário de Relações Institucionais Durval Barbosa decidiu ajudar nas investigações em troca de eventual redução de pena. Ele aceitou que escutas fossem instaladas em suas roupas e com isso, gravou uma conversa em que Arruda supostamente oferece propina a deputados distritais aliados. Barbosa foi colocado no programa de proteção de testemunhas da PF.
Delegado da Polícia Civil aposentado, Barbosa integrou o governo de Joaquim Roriz (PSC), durante o qual chegou a presidir a Companhia de Desenvolvimento do Planalto Central (Codeplan), alvo de numerosas denúncias de irregularidades, como a contratação indevida de empresas terceirizadas. Por ter colaborado na campanha eleitoral de Arruda, em 2006, foi nomeado secretário de governo.
A assessoria de imprensa de Arruda ainda não sabe informar se o governador vai se pronunciar sobre o assunto.
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