A obra de reforma do Palácio Iguaçu, sede do governo do Paraná, custou R$ 7,5 milhões a mais do que o valor inicialmente previsto. A restauração do prédio, que está em fase final de acabamento, custará R$ 31 milhões ou 32% além dos R$ 23,5 milhões orçados pela empresa que venceu a licitação para executar o serviço. O prédio que passou pela primeira grande reforma desde 1953, quando terminou sua construção será reinaugurado pelo governador Orlando Pessuti (PMDB) com uma festa no próximo sábado, após cerca de dez meses de restauro. O secretário estadual de Obras Públicas, Julio Araújo Filho, explica que o aumento de custo na reforma do palácio ocorreu devido a "surpresas" encontradas durante a execução das obras. "Acontece em toda obra de reforma, quando você sai do projeto para o canteiro de obras", diz o secretário.
O engenheiro responsável pela reforma, Fredy Chevalier, diz que as principais dificuldades foram encontradas quando se iniciou a demolição de pisos e paredes de mármore deteriorados no interior do prédio. Segundo ele, a reposição das pedras, de acordo com o previsto no projeto original, foi a principal razão do estouro do orçamento.
Além disso, aponta Chevalier, outros contratempos ajudaram a encarecer o custo e a atrasar cronograma das obras. "No terceiro e quarto pavimentos, por exemplo, havia um piso elevado de argamassa, do qual não se tinha conhecimento. Todo esse piso teve que ser demolido."
O secretário de Obras afirma, entretanto, que mesmo com os acréscimos de despesas a equação entre preço e metragem está dentro dos padrões de mercado. "É preciso levar em conta a dimensão da obra e o cuidado que precisamos ter em preservar o espaço histórico."
Canteiro de obras
Na última quinta-feira, a reportagem da Gazeta do Povo visitou o Palácio Iguaçu e encontrou o prédio ainda em obras. Mas, a menos de uma semana da reinauguração, cerca de 300 operários estão trabalhando, em três turnos, inclusive neste fim de semana, para que tudo esteja pronto para a festa do próximo sábado.
Apesar disso, o próprio secretário de Obras admite que a reforma pode não estar totalmente concluída no dia da reabertura. "Garanto que o prédio estará integralmente pronto no dia da inauguração. O paisagismo e a área externa [onde fica a sede da Casa Militar e o novo heliponto] ainda terão que ser concluídos até o dia da posse do novo governador [1.º de janeiro]", diz Araújo Filho.
Orgulho e apreensão
Juntamente com o engenheiro Fredy Chevalier, os arquitetos Edson Klotz e Leila Levandoski, do setor de projetos especiais da Secretaria de Obras, "moraram" no Palácio Iguaçu nos últimos meses. Agora, eles olham a aproximação da data de entrega da reforma com um misto de orgulho e apreensão. "É um trabalho de equipe que nos causa muito orgulho, mas também nos dá muita responsabilidade. Precisamos ser rigorosos na manutenção do projeto original [da década de 50] e combiná-lo com as novas normas de segurança e acessibilidade. Tudo isto tentando gastar o mínimo possível de recursos públicos", afirma o arquiteto Klotz.
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