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Marcelo Odebrecht confirmou jantar com Temer, mas negou que o presidente tenha pedido doação a ele. | Antônio More/Gazeta do Povo
Marcelo Odebrecht confirmou jantar com Temer, mas negou que o presidente tenha pedido doação a ele.| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

Considerado peça-chave na ação que pode cassar a chapa Dilma-Temer, o executivo Marcelo Odebrecht mudou na Justiça Eleitoral a versão que havia contado à Operação Lava Jato. Se na delação premiada ele confirmou o episódio em que o presidente Michel Temer pediu pessoalmente um pagamento de R$ 10 milhões ao PMDB em 2014, ao Tribunal Superior Eleitoral disse que a negociação foi feita com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, somente após Temer deixar o local. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O caso veio à tona a partir do depoimento do ex-vice-presidente de Relações Institucionais da Odebrecht Cláudio Melo Filho, que denunciou a entrega de dinheiro em espécie no escritório do advogado José Yunes, um dos conselheiros mais próximos de Temer, durante a campanha eleitoral de 2014. As cifras fariam parte de um repasse de R$ 10 milhões que Temer teria negociado diretamente com Marcelo Odebrecht, em uma reunião no Palácio do Jaburu, em 20 de maio daquele ano, dois meses depois do início da Lava Jato.

“No jantar, acredito que considerando a importância do PMDB e a condição de possuir o vice-presidente da República como presidente do referido partido político, Marcelo Odebrecht definiu que seria feito pagamento no valor de R$ 10 milhões”, disse Cláudio Melo Filho na delação.

A versão foi confirmada posteriormente por Marcelo Odebrecht também em delação premiada no âmbito da Lava Jato. Ele respaldou o episódio do jantar em Brasília, no qual Temer teria feito o pedido de “auxílio financeiro” à empreiteira.

Nesta quarta-feira (1.º), porém, em depoimento de cerca de quatro horas prestado em Curitiba ao ministro do TSE Herman Benjamin, o executivo confirmou o encontro com Temer durante as eleições de 2014, mas negou ter acertado com ele um valor de doação. Também afirmou não ter havido um pedido direto do peemedebista pelos R$ 10 milhões ao PMDB. Segundo ele, o caso foi tratado, na verdade, com Padilha e Cláudio Melo Filho.

À Justiça Eleitoral, Odebrecht confirmou que o jantar no Jaburu foi realizado num momento em que o grupo de Temer negociava doações para candidatos do PMDB. Dos R$ 10 milhões, seria acordado na reunião que R$ 6 milhões iriam para Paulo Skaf, que disputava o governo de São Paulo – segundo o executivo, parte do dinheiro a Skaf não chegou a ser paga. Ele disse ainda que, só após a saída de Temer, conversou com Padilha e com Melo sobre o tema.

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