ONG denuncia à ONU violação de diretos humanos no PR e em SC

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A organização não-governamental (ONG) Terra de Direitos, apresentará denúncias de violações de direitos humanos no Paraná à relatora da Organização das Nações Unidas (ONU) para os Defensores dos Direitos Humanos, Hina Jilani, em audiência pública nesta sexta-feira, às 18h, em Florianópolis. Leandro Gorsdorf, coordenador da Terra de Direitos, vai apresentar casos de criminalização de defensores de direitos humanos, como o processo movido pela transnacional Monsanto contra lideranças de movimentos de trabalhadores rurais sem-terra e as prisões arbitrárias de trabalhadores rurais nos últimos anos.

Neste sábado também será realizada outra reunião em Campos Novos (SC) com representantes de organizações como o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Via Campesina e movimentos de luta pelo direito à cidade de 14 estados do país. O MAB apresentará um relatório aprofundado com denúncias contra as empresas construtoras de barragens, o sistema judiciário e o estado brasileiro que levaram a um processo de criminalização dos atingidos pelas barragens da Bacia do Rio Uruguai, na divisa entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O documento foi elaborado com apoio da Terra de Direitos e do Ibase.

A cidade catarinense de Campos Novos foi escolhido devido aos casos emblemáticos de violação de direitos humanos na região em que foi instalada a Usina Hidroelétrica (UHE) de Campos, na bacia hidrográfica do Rio Uruguai. A região apresenta um potencial hidrelétrico com uma capacidade total de produção de 40,5 KW/Km2, uma das maiores relações energia/Km2 do mundo. O que desperta o interesse de empresas como a Companhia Brasileira do Alumínio, Companhia Níquel Tocantins, Votorantin (donas da UHE de Campos Novos), Tractebel, Banco Bradesco e Camargo Corrêa (donas da UHE de Barra Grande) se instalarem na região para a implantação das usinas. Os interesses econômicos têm prevalecido aos direitos humanos, econômicos, sociais e ambientais das populações daquela região devido à incapacidade do ministério público e do judiciário em garantir esses direitos.