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Gabrielli: desvios teriam favorecido aliados de ex-presidente da Petrobas na Bahia | Antônio Cruz/ABr
Gabrielli: desvios teriam favorecido aliados de ex-presidente da Petrobas na Bahia| Foto: Antônio Cruz/ABr

Um levantamento da Con­­­­troladoria-Geral da União (CGU) aponta que o contrato da Pe­­­trobras com a ONG Pangea serviu para desviar recursos que teriam sido direcionados ao caixa 2 de uma campanha do PT na Bahia, estado de origem do ex-presidente da estatal José Sérgio Gabrielli. As informações constam em reportagem da revista Época, que vai às bancas neste sábado. A ONG, sediada em Salvador, recebeu R$ 7,7 milhões da estatal, dos quais R$ 2,2 milhões não tiveram comprovação de sua destinação, de acordo com a CGU.

As denúncias surgem no momento em que Gabrielli deixa a presidência da Petrobras, cargo que ocupou nos últimos seis anos, para participar do governo de Jaques Wagner (PT), e começar a pavimentar sua candidatura ao governo do estado em 2014. Apesar de não haver "elementos que envolvam diretamente Gabrielli" , a reportagem destaca que "ele pouco ou nada fez" para saná-las. Gabrielli foi substituído por Maria das Graças Foster.

A reportagem também aponta a ligação do ex-presidente e fundador da Pangea, Sérgio Veiga de Santana, com Antonio Magno de Souza – conhecido como Magno do PT – que concorria à prefeitura da cidade baiana de Vera Cruz, também na Bahia. A CGU identificou um cheque da Pangea de R$ 25 mil pago a Ademilson de Souza, irmão e tesoureiro de campanha de Magno. A campanha de Magno daquele ano informou ter arrecadado apenas R$ 21,6 mil.

Também há uma denúncia contra Geovane de Morais, ex-gerente de comunicação da área de Abastecimento, demitido por justa causa pela Petrobras em abril de 2009. Morais não respeitou os orçamentos de sua área e fez gastos sem licitação, contratando, entre outras, duas produtoras de vídeo que trabalharam para a campanha de Wagner em 2006.

Outro lado

Procurado pela reportagem, Santana disse "não se lembrar" do destino do dinheiro, já que deixou a ONG em 2007.

"A Petrobras afirmou que, nos casos de contratos de patrocínio, não verifica o destino dos recursos repassados às entidades. A única fiscalização feita tem o objetivo de verificar se o projeto foi executado conforme o contrato e se houve a contrapartida para a imagem da empresa, enquanto patrocinadora" , diz um trecho da reportagem. A Pangea também negou desvios e disse que o relatório da CGU é preliminar e inconclusivo.

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