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A ONU realiza a mais completa avaliação dos programas sociais de todo o mandato do governo Luiz Inácio Lula da Silva e quer saber se os projetos de fato mudaram o país. Na reta final do governo Lula, o Comitê de Direitos Econômicos e Sociais da ONU examina o que ocorreu no Brasil desde 2003 e fará criticas e sugestões sobre os resultados obtidos em termos de redução da pobreza. O exercício acaba sendo uma sabatina de todo o esforço de redução das desigualdades sociais do país, mobilizando peritos da ONU, ONGs e o governo brasileiro.

"No início do governo recebemos informações sobre uma série de programas sociais que o governo Lula estava adotando. Agora, queremos saber se eles de fato funcionaram, como afetaram as populações e se de fato ajudaram a reduzir a pobreza", afirmou Virgínia Braz Gomes, uma das peritas do comitê da ONU. Mas ela alerta: "Não queremos saber quantas famílias receberam quantas bolsas ou se uma ou outra região está coberta pelos programas. Queremos saber se os programas de fato mudaram o país."

A ONU enviou 35 questões para que o governo responda, incluindo temas como redução da pobreza, queda dos índices de fome e analfabetismo, acesso à saúde e a questão da violência policial. Em nome do governo brasileiro, Paulo Vannuchi, ministro de Direitos Humanos, terá de dar respostas amanhã e quinta-feira diante dos peritos.

Na questão do combate à fome, a ONU quer uma resposta clara do governo se o programa Bolsa Família lida de fato com os casos de fome crônica no país. A ONU ainda quer saber se o Brasil tem metas e prazos para de fato acabar com o problema.

O exame começou ontem com a avaliação das ONGs brasileiras que viajaram até Genebra para acompanhar o exame e deixaram claro que, apesar dos avanços nos últimos anos, as desigualdades ainda são profundas. "Viemos para ter certeza de que o governo dirá a verdade sobre o que está ocorrendo", afirmou Jurema Werneck, do movimento Criola.

O Projeto de Monitoramento dos Direitos Humanos no Brasil, com sede em Brasília, apresentou um relatório alternativo ao do governo. A conclusão é de que, apesar dos programas sociais, o país continua sendo um dos líderes na questão da desigualdade social. O documento ainda acusa o governo de não ter levado em conta o impacto social dos projetos do PAC.

Um grupo de ONGs internacionais ainda enviou documentos para a ONU denunciando a formação de milícias por parte dos agentes de segurança do Estado. Liderados pela Organização Mundial contra a Tortura, as entidades encaminharam às Nações Unidas documentos mostrando como agentes de segurança estariam envolvidos em grupos de extorsão, com renda de mais de R$ 60 milhões por ano apenas no Rio de Janeiro.

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