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Lupion teria declarado menos do que gastou na campanha | Beto Oliveira/ Camara dos Deputados
Lupion teria declarado menos do que gastou na campanha| Foto: Beto Oliveira/ Camara dos Deputados

Quem são

Veja quais parlamentares são réus no STF:

Deputados

• Abelardo Lupion (DEM-PR): acusado de declarar menos do que gastou na campanha de 1998. Ele atribui a denúncia a "perseguição política".

• Antônia Lúcia (PSC-AC): ré em duas ações, por compra de votos e uso caixa dois na eleição de 2010. Ela nega as acusações.

• Asdrúbal Bentes (PMDB-PA): condenado em 2011 por ter trocado laqueaduras por votos nas eleições de 2004.

• Chico das Verduras (PRP-RR): acusado de falsificar títulos de eleitores e subornar funcionária da Justiça Eleitoral. Nega as acusações.

• Fernando Jordão (PMDB-RJ): acusado de oferecer transporte marítimo a eleitores em 2008. Ele nega.

• Henrique Oliveira (SDD-AM): denunciado por prestar declaração falsa no registro de sua candidatura em 2010.

• Márcio Junqueira (DEM-RR): acusado de ter divulgado pesquisa eleitoral falsa na campanha de 2008.

• Roberto Britto (PP-BA): acusado de trocar terrenos por votos. Defesa diz que não há provas.

• Vitor Paulo (PRB-RJ): acusado de prestar falsa declaração à Justiça na de 2010. Não comentou o caso.

Senadores

• Ivo Cassol (PP-RO): denunciado por ter participado, quando disputou o governo de Rondônia em 2006, de um esquema que pagou R$ 100 a mil eleitores em troca de votos. A assessoria diz que os recursos eram para a contratação de cabos eleitorais.

• Valdir Raupp (PMDB-RO): uma das empresas que o senador apresentou como doadora de sua campanha para governador em 1998 declarou oficialmente não ter contribuído. Ele não comentou a acusação.

Em 2011, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) concluíram que o deputado Asdrúbral Bentes (PMDB-PA) ofereceu cirurgias de laqueadura a eleitoras em troca da promessa de voto na disputa pela prefeitura do município de Marabá, no ano de 2004. A condenação, porém, não resultou em punição, já que houve prescrição. O caso exemplifica as dificuldades que deixam os crimes eleitorais sem punição. Hoje, 11 parlamentares são réus em 13 ações penais no STF por infringirem o Código Eleitoral. Há ainda 86 inquéritos que tratam do assunto em tramitação na corte.

O deputado Roberto Britto (PP-BA), por exemplo, responde a processo porque teria doado terrenos públicos para a população de baixa renda quando disputou a prefeitura de Juquié (BA), em 2000. Em 2005, o parlamentar conseguiu a suspensão do processo por dois anos porque o crime teria baixo potencial ofensivo. Em 2009, o STF decidiu pela retomada do processo porque Britto descumpriu a exigência. A ação agora aguarda julgamento.

Já o senador Ivo Cassol (PP-RO) teria participado de um esquema de pagamento de R$ 100 a quase mil eleitores no ano 2006, quando disputou o governo de Rondônia. Depoimentos ainda estão sendo tomados e não há data para o julgamento.

No vale-tudo eleitoral, entra até a garantia de transporte gratuito. O deputado Fernando Jordão (PMDB-RJ) responde a processo porque, quando era prefeito de Angra dos Reis, em 2008, teria prometido transporte marítimo de graça para eleitores. O parlamentar apresentou a sua defesa prévia, que ainda não foi apreciada.

Apesar de ter escapado da punição pela corrupção eleitoral, na mesma ação em que havia sido denunciado pela troca de laqueaduras por voto, Asdrúbal Bentes foi condenado a três anos e um mês de prisão por proporcionar cirurgias de esterilização a mulheres. Ele também deverá pagar multa no valor de R$ 7.630. O parlamentar apresentou embargos.

Entre os parlamentares réus por outros crimes está o presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), que responde por apresentar documento falso à Justiça Eleitoral. Segundo a denúncia, uma das empresas que o senador apontou como doadora de sua campanha a governador de Rondônia em 1998 declarou oficialmente não ter contribuído.

"Essa quantidade de ações é irrisória diante do que acontece na prática", afirma o juiz Marlon Reis, do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral. Na avaliação de Reis, a corrupção eleitoral, também tratada como compra de votos, é "endêmica" no país.

Paranaense diz que é vítima de "perseguição política"

O deputado federal paranaense Abelardo Lupion (DEM) é um dos 11 parlamentares que respondem a processos por crimes eleitorais no Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o Ministério Público Eleitoral, ele gastou mais do que declarou na campanha de 1998. "Isso é perseguição política. Gostaria que essa ação fosse julgada logo porque é a única que marca a minha carreira política", disse.

Outro que nega as acusações é Asdrúbral Bentes (PMDB-PA), que teria oferecido cirurgias de laqueadura a eleitoras em troca da promessa de voto. Ele diz que não teve nenhuma participação na realização das laqueaduras nas moradoras de Marabá, em 2004. "Nos depoimentos, as moças disseram que eu não tive participação. Essas acusações são infundadas. Já fui absolvido pelo povo do meu estado porque me elegi deputado com 87 mil votos", afirmou.

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