Onze pessoas ligadas ao ex-deputado federal José Janene(PP), falecido em 2010, foram denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF) à Justiça Federal por lavagem de dinheiro, em participação no esquema do mensalão. Elas são suspeitas de terem contribuído para a movimentação financeira do esquema, com ocultação e dissimulação da natureza do dinheiro obtidos por Janene em troca de apoio do parlamentar à base aliada do PP no congresso ao governo federal nos anos de 2003 e 2004.

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Segundo o MPF, parte dos valores pagos a parlamentares do PP na base aliada ao governo federal nos dois anos, foi destinada de forma dissimulada por duas empresas a assessores, familiares e pessoas ligadas ao ex-parlamentar.

O órgão acusa os empresários Breno Fischberg e Enivaldo Quadrado, donos da empresa Bônus Banval, e Carlos Alberto Quaglia, proprietário da Natimar, do repasse indevido de verbas do mensalão para Meheidin Hussein Jenani, Rosa Alice Valente, Stael Fernanda Rodrigues de Lima, Danielle Kemmer Janene, Carlos Alberto Murari, Adriano Galera dos Santos, Afonso Bernardo Schleder de Macedo e Pedro Schleder de Macedo – todos esses ligados a Janene.

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Essas nove pessoas teriam transformado a verba em ativos lícitos, segundo o MPF, com a compra de quatro fazendas e outros imóveis, construção de casas de luxo em um condomínio em Londrina e aquisição de veículos de luxo em benefício de Janene nos anos de 2003 e 2004.

Outro lado

Por e-mail, em nome de Enivaldo Quadrado e Breno Fischberg, o advogado Leonardo Magalhães Avelar disse à reportagem que têm o dever de silenciar diante da proposição de uma ação que tem objeto idêntico ao da Ação Penal 470 (mensalão). O caso é julgado no Supremo Tribunal Federal desde o dia 2 de agosto, e, segundo Avelar, "há certeza que a notícia da existência do caso no STF chegará ao Ministério Público Federal de Curitiba". O término do julgamento na esfera federal, segundo o advogado, vai "evitar a proliferação do equívoco e do constrangimento da própria acusação pública".