A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira a Operação Curupira II, uma continuação dos trabalhos de desarticulação da quadrilha que atuava na extração ilegal de madeira da Floresta Amazônica. Ao todo, o juiz federal Marcos Alves Tavares determinou a prisão temporária de 21 pessoas. Até o final da tarde, 16 haviam sido detidas, entre elas madeireiros, despachantes, supostos pistoleiros e servidores do Ibama.
O esquema tem funcionamento semelhante ao descoberto durante a Operação Curupira, em junho. A diferença, segundo o juiz Tavares, é que o grupo desarticulado agora é armado e "dotado de extrema periculosidade". Sua atuação foi responsável pela derrubada de 4 milhões de metros cúbicos de madeira, em 108 mil hectares de terra, entre os Estados de Rondônia e Mato Grosso.
Um dos principais beneficiados pelo esquema seria o fazendeiro Celso Ferreira Penço. O Ministério Público Federal o acusa de se beneficiar de planos de manejo fraudulentos, invasão de terras, utilização de documentos falsos e aquisição de ATPFs (Autorização para Transporte de Produtos Florestais) fraudadas e furtadas para a comercialização de madeira extraída ilegalmente.
Há cerca de dez dias, ele teve um derrame cerebral e precisou ser internado em um hospital de Cuiabá.
- Ele está internado, mas custodiado pela Polícia Federal. Se sair do hospital, vai direto para a cadeia - disse o ex-interventor do Ibama em Mato Grosso, Elielson Ayres de Souza. A reportagemnão conseguiu localizar seus advogados.
As investigações começaram ainda em junho, quando a Operação Curupira estava em andamento. Na época, o ex-interventor recebeu denúncias mostrando, através de fotos, a ocorrência dedesmatamento na região de Rondolândia, na divisa de Mato Grosso com Rondônia.
A partir da denúncia, que relatava a presença de homens armados nas áreas desmatadas, o interventor encaminhou uma representação ao Ministério Público Federal, que deu início às investigações.
Três servidores do Ibama estão envolvidos. José Magalhães e Ilson Oliveira do Nascimento, da gerência de Ji-Paraná (RO), teriam auxiliado o grupo no furto de mil ATPFs, documento que dá direito ao transporte de madeira ilegal. O outro servidor acusado é Jesuíno Vieira da Silva, da gerência de Aripuanã (MT). Segundo Elielson de Souza, o servidor não teve a prisão temporária decretada porque já havia sido preso durante a primeira Operação Curupira. A quebra de seu sigilo bancário mostrou queele teria recebido R$ 500 mil de madeireiros.
Na manhã de quinta-feira, ao descer em uma área de CelsoPenço, os policiais federais encontraram três escopetas e 30 quilos de munição. Segundo a PF, a arsenal teria sido comprado no Paraguai. A Operação envolveu 80 agentes federais e cumpriumandados de prisão em Mato Grosso, Rondônia, SãoPaulo e Santa Catarina.
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