Operação foi batizada para fazer um alerta, diz delegado

O delegado da Polícia Federal e coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato Igor Romário de Paula disse nesta segunda-feira (21) que a 19.ª fase da operação foi batizada de “Nessun Dorma” para fazer um “alerta” aos envolvidos em crimes de corrupção. Nessun Dorma – Ninguém Dorme, em português -, faz referência a um trecho da ópera Turandot criada em 1926 pelo compositor italiano Giacomo Puccini.

“O nome fica como dica para quem achava que a Operação Lava Jato começou a diminuir suas ações e um alerta para quem está envolvido em crime de corrupção no país”, disse o delegado durante coletiva realizada nesta manhã.

“Deixar bem claro que a Lava Jato vem trabalhando incessantemente mesmo depois da Operação Pixuleco II. Infelizmente o material da Operação Pixuleco II encontra-se em uma situação de julgamento de competência no Supremo Tribunal Federal e por isso não podemos dar continuidade nas investigações e talvez isso tenha causado esse intervalo grande e que talvez causasse a impressão de que a Lava Jato está perdendo o fôlego”, completou o procurador do Ministério Público Federal (MPF) Carlos Lima.

A 19ª fase da Operação Lava Jato prendeu um dos donos da Engevix, José Antunes Sobrinho, suspeito de ter pago propina para a Aratec, empresa controlada pelo ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva. O operador ligado ao PMDB João Augusto Henriques também teve a prisão temporária nesta segunda-feira (21).

Em Nessun Dorma, a princesa Turandot determina que ninguém deve dormir: todos passariam a noite tentando descobrir o nome do príncipe desconhecido. O delegado da PF, porém, desconversou quando foi perguntado quem seria o “príncipe desconhecido” da Lava Jato.