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Cardozo: ministro da Justiça continua para “defender” o governo e para não suscitar rumores de ingerência na Polícia Federal | Ueslei Marcelino/Reuters
Cardozo: ministro da Justiça continua para “defender” o governo e para não suscitar rumores de ingerência na Polícia Federal| Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Em uma conversa reservada com a colega argentina Cristina Kirchner, mas captada por microfones abertos, a presidente Dilma Rousseff (PT) desabafou na última quarta-feira que escolher ministros no Brasil é "muito difícil". Além da já rotineira pressão dos partidos aliados por mais cargos, Dilma se depara agora com outro complicador: a revelação na sexta-feira dos nomes de 28 políticos citados na delação premiada do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa. Isso forçou a presidente a reavaliar a montagem do Ministério para o segundo mandato – que começa no próximo dia 1.º de janeiro.

Pelo menos um dos citados na delação do ex-diretor – o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) – era cotado para assumir uma cadeira na Esplanada, provavelmente o Ministério do Turismo ou a Secretaria Nacional dos Portos. E outros envolvidos, como o senador Renan Calheiros (PMDB-AL), já se articulavam para indicar ou manter apadrinhados. Interlocutores do governo avaliam que é preciso cuidado para que, ao nomear ministros, Dilma não leve a crise para dentro do Palácio do Planalto caso surjam novas revelações no ano que vem, à medida que as investigações das conexões do esquema de corrupção com políticos se aprofunde.

Fica

Por outro lado, a Operação Lava Jato vai forçar a permanência de pelo menos um ministro: José Eduardo Cardozo, da Justiça, a quem a Polícia Federal (PF) está subordinada. Nesse caso, a presidente não quer mexer no comando de uma área tão estratégica enquanto as investigações estiverem em andamento.

Cardozo tem defendido enfaticamente o governo das denúncias. E uma mudança na pasta poderia ser interpretada como tentativa de ingerência na PF, o que poderia prejudicar a imagem do governo. Por essa mesma razão, o atual diretor da Polícia Federal, Leandro Daiello, também deverá continuar à frente da instituição.

Reunião

Dilma deve se reunir nesta segunda-feira com o vice-presidente Michel Temer, que comanda o PMDB, para conversar sobre a composição do Ministério. Para o mesmo dia também já está marcada uma reunião com a bancada peemedebista da Câmara para discutir nomes para o primeiro escalão do segundo mandato da petista.

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