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Sérgio Machado, o novo “homem bomba” da Lava Jato | Luciana Whitaker/Valor/Folhapress
Sérgio Machado, o novo “homem bomba” da Lava Jato| Foto: Luciana Whitaker/Valor/Folhapress

A divulgação dos termos do acordo de delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, em que ele cita mais de 20 políticos do PMDB, PT, PP, DEM, PSDB e PCdoB, é mais um capítulo entre as grandes revelações de delatores da Lava Jato. Em pouco mais de dois anos de operação, foram 52 colaborações firmadas – e 41 delas já foram tornadas públicas.

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Na lista de grandes delatores do esquema estão ainda o ex-senador Delcídio do Amaral, o lobista Julio Camargo, e o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, além dos primeiros a fecharem acordos: o ex-diretor da estatal Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef. Agora, a expectativa é pela divulgação dos depoimentos do empreiteiro Marcelo Odebrecht.

Já entre os delatores não confirmados pelo Ministério Público Federal (MPF) estão também o ex-deputado Pedro Correa, os lobistas Leonardo e Leandro Meirelles, o engenheiro Zwi Skornicki, e ao menos quatro ex-executivos da Andrade Gutierrez: Otávio Marques de Azevedo, ex-presidente da empreiteira, Flávio Barra, Clóvis Peixoto Primo e Rogério Nora de Sá.

Conforme o procurador do MPF Carlos Lima, o novo entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) de que condenados em segunda instância devem começar a cumprir a pena mesmo com o trâmite de recursos, proferido pela Corte em fevereiro, “incentivou” acordos de colaboração no âmbito da Lava Jato.

“Porque as pessoas sentem que podem vir a ser presas. Então, para nós, o mais importante é que se mantenha a decisão do Supremo tal qual foi formatada”, explicou o procurador no mês passado, citando projetos de lei que tramitam no Congresso que pretendem revogar a decisão do STF.

Números

Os números, porém, não são tão expressivos – desde a decisão pela prisão após decisão em segunda instância, foram menos de dez acordos firmados. O executivo da OAS Léo Pinheiro, condenado pelo juiz Sergio Moro a 16 anos de prisão, foi um dos acusados que decidiu colaborar antes da decisão do STF. Ele já vinha negociando um acordo desde dezembro, mas a decisão final ocorreu mesmo após o risco de nova prisão. Mesmo assim, as negociações com o MPF estão travadas.

O próprio STF, porém, pode mudar o entendimento sobre as prisões. Está marcado para a próxima quarta-feira (22) o julgamento de ações apresentadas pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Partido Ecológico Nacional (PEN) que tratam do tema. Nos bastidores, há expectativa de que os ministros Dias Toffoli e Edson Fachin, que votaram com a maioria em fevereiro, mudem de posição, o que reverteria o julgamento.

Confira as principais delações da Operação Lava Jato realizadas até agora:

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EVARISTO SA/AFP

Paulo Roberto Costa

Ex-diretor da Petrobras

Foi um dos primeiros a delatar o esquema de corrupção à força-tarefa da Lava Jato, em 2014, contando como funcionava a distribuição de propina na estatal e entre políticos.

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RODOLFO BUHRER/REUTERS

Alberto Youssef

Doleiro

Também foi um dos primeiros a firmar acordo com o Ministério Público Federal, em 2014. Ele detalhou o esquema de distribuição de propinas a partidos de sustentação do governo e da oposição.

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Beto Barata/Agência Senado

Delcídio do Amaral

Ex-senador

Firmou acordo depois de ser preso acusado de conspirar contra a Lava Jato, no final de 2015: citou 74 pessoas em seus depoimentos.

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Brunno Covello/Gazeta do Povo

Nestor Cerveró

Ex-diretor da Petrobras

Também se tornou delator no final do ano passado: no acordo, cita envolvimento de ao menos 11 políticos na Lava Jato.

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Julio Camargo

Lobista

Fechou acordo de delação na metade do ano passado: disse que o presidente afastado da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), cobrou US$ 5 milhões em propina.

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Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Marcelo Odebrecht

Empreiteiro

Ainda está prestando depoimentos aos procuradores da Lava Jato e o MPF não confirma o acordo: a expectativa é que ele deva citar importantes e grande número de políticos.

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