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A decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de decretar estado de emergência em rodovias federais estadualizadas significa, na prática, a retomada desses trechos pelo governo federal. Já foi suspenso o repasse dos últimos 25% (3.500) do total de 14 mil quilômetros que ficariam sob a responsabilidade dos estados, previsto para janeiro.

A operação de emergência para tapar buracos vai priorizar Minas e Rio Grande do Sul. O plano de ação do governo será apresentado ao presidente até amanhã pelo Ministério dos Transportes e o Departamento Nacional de Infra-estrutura dos Transportes (Dnit).

A maior parte das rodovias federais estadualizadas, cerca de seis mil quilômetros, está em Minas. Dois trechos no estado já estão na lista: BR- 265, que liga São João del Rey a Lavras, com cem quilômetros; e a BR-354, de Campos Altos a Caxambu, com 300 quilômetros. A BR-135 - que liga as cidades de Montalvânia a Curvelo - também deverá ser beneficiada. Semana passada, ao passar por Montes Claros, em Minas, Lula observou que a rodovia que corta a cidade é um dos trechos intransitáveis.

O segundo maior trecho a ser recuperado está no Rio Grande do Sul, com 1.987 quilômetros. Na Bahia, o terceiro estado a receber mais rodovias federais, com 1.411 quilômetros, três trechos poderão ser beneficiados: a BR-110, da divisa de Alagoas com a Bahia até São Sebastião do Passé; a BR-030, da divisa de Minas com a Bahia até Campinho; e a BR-420, de Pojuca a Jaguaquara.

Serão recuperados dez mil quilômetros. A medida provisória com a liberação dos recursos, entre R$ 150 milhões e R$ 200 milhões, deve ser publicada amanhã ou sexta-feira. A intenção é concluir as obras até março. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, condenou o decreto de emergência:

- É falta de planejamento. O correto seria ter sido licitado as obras. Agora, na correria, após três anos, fazer obra sem licitação é uma coisa discutível.

Já o governador em exercício do Rio Grande do Sul, Antônio Hohlfeldt, elogiou a medida, mas disse temer que os recursos sejam insuficientes:

- O importante é que o início das obras seja rápido. Não há mais tempo a perder.

O governador da Bahia, Paulo Souto (PFL), reagiu com cautela. Para ele, alguns trechos das rodovias na Bahia não suportam uma simples operação tapa-buraco:

- Qualquer iniciativa para melhorar a malha viária é sempre positiva, mas o governo precisa entender que, em alguns trechos, a situação é crítica, necessitando de uma recuperação completa.

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