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O escândalo investigado pela Operação Navalha, da Polícia Federal, deve chegar ao Congresso e aumentar o número de suspeitos. A PF encontrou no escritório da Gautama, em Salvador, uma pasta de arquivos com uma relação de parlamentares. Ao lado dos nomes dos políticos, aparecem indicações de emendas para liberar recursos para obras da construtora, suspeita de chefiar um esquema de fraudes no governo federal, e em governos estaduais e municipais, para obter lucros na execução de obras públicas. E junto aos nomes, valores em dinheiro ou presentes. A polícia vai investigar a lista. De acordo com o relatório da PF, as propinas para os acusados variavam de dinheiro a ingressos para o carnaval.
Por outro lado, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou o bloqueio dos bens do atual governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT), e de todos os demais 47 políticos, empresários e lobistas acusados de envolvimento na quadrilha desbaratada pela Operação Navalha. O governador não foi preso e classificou esta possibilidade como absurda. Lago também deve ser denunciado ao STJ pelo procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza, como um dos beneficiários da organização. Ele é suspeito de envolvimento com a quadrilha de fraudes e licitações públicas comandadas pela Gautama.
Relatório reservado da Polícia Federal sustenta que Zuleido Soares Veras, dono da empresa, pagou R$ 240 mil em propina a Lago no dia 21 de março, num hotel em Brasília. O pagamento teria sido feito por intermédio de Francisco de Paula Lima e Alexandre Lago, sobrinhos do governador. Os dois estão presos na carceragem da PF em Brasília desde quinta-feira. No inquérito, há a transcrição de gravações telefônicas em que um deles negocia o recebimento de propina com uma funcionária da Guatama.
"Decreto a indisponibilidade dos bens imóveis de todos os investigados, como o requerido pelo MPF (Ministério Público Federal)", escreveu a ministra do STJ Eliana Calmon, no despacho de prisão dos acusados.
Até a noite desta sexta-feira, quatro pessoas que tiveram a prisão decretada pelo tribunal haviam conseguido habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) e no próprio STJ. O primeiro contemplado foi Ulisses César Martins de Sousa, conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e ex-procurador-geral do Maranhão, que ainda não tinha sido preso. O segundo foi Flávio Conceição de Oliveira Neto, conselheiro do Tribunal de Contas de Sergipe e ex-chefe da Civil do então governador João Alves Filho, que foi liberado. Também foram soltos o ex-deputado federal pelo Sergipe José Ivan de Carvalho Paixão, e o secretário de Infra-Estrutura do Maranhão, Ney Barros Bello.
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