O operador do PMDB no esquema de corrupção na Petrobras, Fernando Baiano, assinou o acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República. A informação foi publicada nesta quinta-feira (10) pelo jornal Valor Econômico e confirmada pelo O Globo. O acordo com a PGR prevê, pelo menos, oito anexos aonde ele detalhará sua participação no esquema da Petrobras. O lobista deve continuar preso na Polícia Federal até novembro.
Baiano passou a quarta-feira prestando depoimentos na sede da Polícia Federal em Curitiba. A reportagem apurou que o operador já falou sobre três dos oito anexos inicialmente previstos no acordo. Entre os temas acordados, está a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. E a participação de políticos ligados ao PMDB no esquema.
Durante os dois meses de negociações para colaborar com a Justiça, Baiano adiantou aos investigadores de que o pagamento de propina relativas a refinaria americana não seu deu em 2006, quando a Petrobras comprou 50% da refinaria da Astra Oil. E, sim, durante as negociações para compra dos outros 50% da empresa a partir de 2008.
Em delação premiada, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa disse que Fernando Baiano ofereceu US$ 1,5 milhão para “não causar problemas” na reunião de aprovação da refinaria de Pasadena.
O pagamento foi feito pelo lobista ao ex-diretor em contas na Suíça. Em seu acordo, Baiano se comprometeu a entregar os comprovantes dos depósitos feitos por eles no exterior.
O acordo de Baiano pode alavancar outra colaboração emperrada na PGR: a do ex-diretor da área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró. Isso porque Baiano não soube explicar em detalhes como as negociações para a aprovação de Pasadena foram feitas internamente na Petrobras. Cerveró se comprometeu a entregar dados de como dirigentes da estatal participaram do esquema montando para a compra de Pasadena.
Fernando Baiano é apontado pelo doleiro Alberto Youssef e outros colaboradores como o operador do PMDB no esquema de corrupção na Petrobras. Teria sido ele o operador de propinas do principal partido da base aliada do governo Dilma.
De acordo com o consultor e delator Julio Camargo, Baiano é “sócio oculto” do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e teria recebido propinas de US$ 10 milhões pelos contratos dos navios-sondas. Desses, US$ 5 milhões teria ido para Cunha. O presidente da Câmara nega a acusação.
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