Prazo curto
Avaliação de Pasadena levou 20 dias, segundo documento da estatal
Agência Estado
A avaliação da situação comercial e financeira da refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), para orientar sua compra pela Petrobras, foi feita em prazo de cerca de 20 dias, segundo documento confidencial da estatal, datado de 31 de janeiro de 2006. Um procedimento padrão levaria de dois a três meses para ser concluído.
O documento foi revelado ontem pelo jornal O Globo. Em um dos anexos, uma consultoria contratada pela estatal pouco antes da compra, a BDO Seidman, de Los Angeles (EUA), disse que, em razão do "tempo limitado", a estatal deveria buscar sua própria avaliação de dados. Após a coleta de documentos e reuniões com diretores financeiros da Astra, a Petrobras teve de fazer nova avaliação em apenas cinco dias.
A Petrobras comprou a refinaria da trading belga Astra Oil em 2006. Após litígio com o sócio e disputa judicial, a estatal foi obrigada a comprar a totalidade do negócio em 2012, pagando US$ 1,18 bilhão pela operação, que oito anos antes fora adquirida por US$ 42,5 milhões pelos belgas.
Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff confirmou que aprovou o negócio quando era presidente do Conselho de Administração da Petrobras, mas alegou que a decisão foi tomada com base em "resumo executivo" falho, preparado pelo então diretor da Área Internacional da estatal, Nestor Cerveró.
VIP
PPS quer investigar convites para camarote em GP da Fórmula 1
Agência Estado
A oposição vai pedir que a Comissão de Ética da Presidência da República abra um processo para apurar a conduta dos ministros que receberam da Petrobras convites para acompanhar o GP de Fórmula 1, em novembro do ano passado, em um camarote VIP da empresa, que serviria para aumentar o relacionamento com grandes clientes corporativos. O jornal O Estado de S. Paulo revelou anteontem que a estatal entregou credenciais que davam direito à vista privilegiada da pista do Autódromo de Interlagos, além de acesso aos boxes das escuderias, hospedagem em hotel cinco estrelas e buffet de bebidas e comidas durante o GP para ministros e parentes. Entre os beneficiários estão o genro da presidente Dilma Rousseff, Rafael Covolo; dois filhos do ministro da Fazenda, Guido Mantega; e a irmã, o cunhado e a sobrinha da ministra do Planejamento, Miriam Belchior, além de parlamentares da base aliada e seus familiares. "Isso não pode acontecer de forma alguma. Queremos acabar com o deslumbramento do PT em usar a estrutura do governo como coisa particular do partido", afirmou Rubens Bueno (PR), líder do PPS.
Políticos de oposição ao governo federal criticaram ontem a estratégia do Planalto de tentar incluir questões a serem esclarecidas que atingem governos do PSDB e do PSB as denúncias do cartel de trens e metrô de São Paulo e obras de Suape em Pernambuco. O governador de Pernambuco e presidenciável Eduardo Campos (PSB) classificou a "atitude infantil" do governo federal de tentar tirar o foco da CPI da Petrobras.
"Não podemos de forma nenhuma admitir uma atitude que cheira até a infantilidade, de tentar fazer um processo de defesa que parece quase uma confissão de culpa, quando, em vez de responder com objetividade e tranquilidade um assunto, tenta puxar outros assuntos", afirmou ele. "Se cabe esclarecimentos sobre outros assuntos que eles sejam dados por quem de direito".
Para Campos, as decisões sobre objeto da CPI devem ser tomadas pelo Congresso Nacional, com total independência. "Todos os gestores municipais e estaduais devem estar abertos a favorecer o controle social, os esclarecimentos à sociedade, aos organismos de controle".
Já, o ex-governador tucano José Serra criticou a estratégia do Planalto de tentar incluir o caso Alstom escândalo que envolve o pagamento de supostas propinas pela empresa francesa Alstom a políticos do PSDB de São Paulo em uma possível CPI da Petrobras. Serra disse que "é uma postura pouco inteligente" e que o contra-ataque dá ideia de artificialidade. "É subestimar a inteligência das pessoas, quando você é acusado tem que se defender, o contra-ataque dá uma ideia de artificialidade e de pouca convicção quanto à defesa que se faz de si próprio."
A afirmação de Serra foi feita após participar de um debate com o tema: "O golpe de 1964, o passado e o presente 50 anos depois", promovido pelo Instituto Fernando Henrique Cardoso, na capital paulista. Para o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a intenção de parlamentares governistas de incluir as investigações do caso Alstom numa possível CPI da Petrobras é "puramente eleitoreira". "Neste momento, o importante para o país é esclarecer o mau manejo da Petrobras, como é que a tal ponto", disse o ex-presidente.
Com a formalização do pedido de criação da CPI no Senado anteontem, o Planalto orientou sua base aliada a pedir que também sejam investigados o porto de Suape, administrado pelo governo Campos, e as suspeitas de formação de cartel e fraude em licitações de trens em São Paulo, que atingem os tucanos.
Negado
Habeas corpus em favor do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, que está preso desde o dia 20. Costa é suspeito de envolvimento com a destruição de documentos relacionados à operação Lava Jato, da Polícia Federal. A ministra Regina Helena Costa, do STJ, rejeitou ontem o pedido e afirmou que o tribunal tem o entendimento de que não deve ser admitido habeas corpus quando a instância inferior (no caso, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região) ainda não julgou o mérito do pedido.
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