Brasília - Senadores da oposição abandonaram ontem a reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, sob a alegação de que o governo está impedindo as investigações contra a estatal. Os oposicionistas ameaçam abandonar em definitivo a CPI, criada para apurar denúncias de irregularidades na Petrobras.
A sessão de ontem havia sido convocada para ouvir Erardo Barbosa Filho, gerente da área de exploração da estatal. Irritados com a demora dos senadores governistas em marcar uma reunião da CPI para votar requerimentos e discutir os próximos passos da comissão, senadores do DEM e PSDB se retiraram da reunião. Além disso, impediram que representantes da Petrobras fossem ouvidos.
"A minha proposta é a gente se retirar da CPI e encaminhar o que consideramos grave para o Ministério Público. Os depoimentos que queremos realizar são negados. Prosseguir é compactuar com essa farsa do governo. Vamos nos reunir para ver o que fazer, mas prosseguir nessa comissão só se for em outras condições", disse o senador Alvaro Dias (PSDB-PR).
A polêmica começou depois que o senador João Pedro (PT-AM), presidente da CPI, marcou o depoimento de Barbosa Filho para ontem sem o conhecimento da oposição que reivindica uma reunião administrativa para a análise de requerimentos. Ao lado do senador Sérgio Guerra (PSDB-PE), Alvaro anunciou que não compactuaria com uma "farsa" e anunciou a saída da reunião.
A oposição se irritou mais ainda depois de constatar que Barbosa Filho, convidado para depor, enviou outros representantes da Petrobras no seu lugar para prestar esclarecimentos sobre a estatal. "O convidado não veio; vieram dois substitutos. Isso desmoraliza a comissão, não podemos compactuar com isso. Eles querem fazer exposições técnicas sem investigar falcatruas", afirmou o paranaense.
O senador Antônio Carlos Magalhães Júnior (DEM-BA) mostrou um comunicado enviado pela Petrobras na última segunda-feira com a informação de que Barbosa Filho não prestaria depoimento por não ser, dentro da Petrobras, responsável pelos esclarecimentos necessários aos parlamentares.
Segundo o senador, a oposição não foi informada sobre a mudança nos depoimentos pelo comando da CPI. "Na última audiência ficou combinado que haveria reunião administrativa para discutir requerimentos e procedimentos. Eu não virei a nenhuma reunião enquanto não houver a reunião administrativa. Se for para ficar essa palhaçada que está aí, vamos abandonar", afirmou ACM Júnior.
João Pedro e o senador Romero Jucá (PMDB-RR), presidente e relator da CPI, não estavam na comissão no momento em que a oposição anunciou a debandada.
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