João Vaccari, tesoureiro do PT: explicações aos deputados.| Foto: Roosewelt Pinheiro/Agência Brasil

O plano de trabalho traçado pela oposição para o início da CPI da Câmara dos Deputados que vai investigar irregularidades na Petrobras não tem previsão de convocação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nem do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo .

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Os oposicionistas apostam na presença do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), do tesoureiro do PT, João Vaccari, e do ex-gerente da estatal Pedro Barusco para o começo das investigações, numa tentativa de constranger o Planalto.

Dirceu foi citado na delação premiada do doleiro Alberto Youssef como um dos destinatários do dinheiro desviado de contratos da Petrobras. Segundo o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), há outras prioridades para os trabalhos do que a convocação do ex-presidente Lula ou de Cardozo, que teriam mantido conversas com pessoas ligadas as empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Presidente do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) disse que não terá uma iniciativa para levar Lula para a comissão. “Não vou tomar iniciativa individual nessa direção. A CPMI deve estar aberta a todas as possibilidades. Vamos atuar em conjunto com os partidos de oposição”, disse.

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O PSDB prepara requerimentos pedindo quebras de sigilo e convocações, além de reivindicar a criação de subrelatorias para tentar ditar o ritmo das investigações.

Delação

A edição da revista Veja desta semana afirma que Ricardo Pessoa, presidente da construtora UTC, investigada na Operação Lava Jato, quer fazer acordo de delação premiada. Ele está preso na sede da Polícia Federal em Curitiba.

Pelo roteiro, seriam três subrelatorias: Sistematização, com o objetivo de organizar todo o acervo probatório da comissão; Operacional, para conduzir a investigação propriamente dita; e Núcleo Político, para investigar a atuação de agentes políticos na organização criminosa que se instalou na Petrobras.

O PSDB vai sugerir ainda que a investigação siga seis núcleos, conforme o âmbito das denúncias: público, privado, operacional, político, externo e estratégico. A comissão está marcada para começar a trabalhar na próxima quinta-feira (26).