Deputados da oposição conseguiram aprovar três convites semelhantes para que o ex-presidente da Petrobras Sérgio Gabrielli compareça novamente à Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos sobre a polêmica compra da refinaria de Pasadena (EUA). O ex-diretor Nestor Cerveró também foi convidado.

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Os convites foram aprovados nas comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio, de Fiscalização Financeira e Controle e de Relações Exteriores. Esta última, aprovou também um convite para Cerveró. Apesar de serem colegiados diferentes, Gabrielli deverá ser ouvido em uma audiência conjunta das três comissões. Ainda não há data definida para as oitivas.

Gabrielli disse a interlocutores que não tem "por que não ir se for convidado", o que causa preocupação no Planalto. Sua intenção é defender mais uma vez o negócio que virou motivo de batalha entre governo e oposição.

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Em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo" no fim de semana, Gabrielli disse que Dilma "não pode fugir da responsabilidade" sobre o caso Pasadena. O Planalto reagiu ontem. Sob orientação da presidente, o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) reiterou que ela só aprovou a transação na época porque não foi informada das cláusulas contratuais que mais tarde causaram perdas à Petrobras.

O vice-líder do governo na Casa, deputado José Guimarães (PT-CE), minimizou a ofensiva da oposição e afirmou que o governo não teme que ministros e autoridades ligadas à estatal prestem esclarecimentos sobre as negociações e denúncias envolvendo a Petrobras.

"Temos que sair do clichê do mata-mata entre governo e oposição. Todas as vezes que os ministros vieram aqui eles deram show. Estou absolutamente seguro de que este é o melhor caminho", disse. Guimarães afirmou ainda que há um entendimento da bancada do governo na Casa para facilitar os convites. "Estamos construindo uma agenda positiva porque é de interesse nosso esclarecer tudo. Não temos que temer o debate".

Para o líder do DEM, deputado Mendonça Filho (PE), a aprovação dos convites tranquiliza a oposição. "Há uma guerra de versões e a gente precisa esclarecer definitivamente a compra de Pasadena.

A aquisição como um todo está envolta em uma névoa de suspeitas", disse. Para ele, a cada depoimento de autoridades, a necessidade de uma CPI exclusiva para investigar a Petrobras fica mais evidenciada. "Infelizmente, o governo está fugindo do seu dever de esclarecer a situação".

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Esta será a segunda vez que Gabrielli irá a Câmara para falar sobre Pasadena. No início do mês ele participou de uma reunião fechada com deputados do PT. Na ocasião, ele apresentou o detalhamento sobre o negócio e afirmou que a compra foi correta na época.

Cerveró também esteve na Câmara recentemente. Na semana passada ele participou de uma audiência pública em que defendeu a compra da refinaria e disse que as cláusulas omitidas no resumo para sua aquisição, em 2006, não eram importantes, rebatendo declaração da presidente Dilma Rousseff de que o parecer era "falho" por causa dessa omissão.