Parlamentares de oposição e até da base aliada criticaram na segunda-feira (16) a iniciativa do novo líder do PTB, senador Gim Argello (DF), de indicar seu assessor e tesoureiro regional do partido, Ivo Borges, para uma vaga na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Se conseguir emplacar o nome, Argello provará que está em ascensão não só no Senado, onde está cada vez mais próximo do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), e do líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), mas também no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A desenvoltura de Argello é surpreendente para quem chegou ao Senado há menos de dois anos, sem ter recebido nem sequer um voto. Ele era suplente do titular Joaquim Roriz (PMDB-DF), que renunciou ao mandato para não ser cassado por ter se beneficiado de um suposto esquema de corrupção no Banco Regional de Brasília (BRB) - no qual Gim Argello também é suspeito de estar envolvido. "É o fim da picada, o Gim Argello está mais forte do que o Jim das Selvas, aquele do gibi", ironizou o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM).
Gim Argello responde a processos por grilagem de terra e apropriação indébita, entre outros. Ele nega qualquer irregularidade. O senador Pedro Simon (PMDB-RS) considera "uma irresponsabilidade" a prática adotada pelo governo petista de lotear cargo técnicos. "A partidarização das agências é um desserviço, já sabemos o que provocou na Agência Nacional de Aviação Civil, mas parece que ninguém aprendeu", afirmou o senador Heráclito Fortes (DEM-PI), referindo-se à crise aérea. Para o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), a indicação é "seguramente uma das mais infelizes feitas para agências reguladoras".
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