Cardozo fez reuniões com advogados de 3 empreiteiras| Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

A oposição vai acionar a Comissão de Ética Pública da Presidência da República contra o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Os partidos querem explicações sobre as reuniões que o ministro teve com advogados de pelo menos três empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato – algumas delas não registradas em sua agenda. Além da ação na comissão, líderes da oposição também se articulam para tentar aprovar uma convocação para que Cardozo vá ao Congresso dar explicações.

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"Estamos diante de um visível caso de conflito de interesses", diz o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB). "A presidente precisa dizer claramente ao país para quem ela governa: se é para o PT e seu projeto de poder ou para o país."

O líder do DEM na Câmara, Mendonça Filho (PE), propôs uma ação conjunta dos partidos de oposição na defesa da independência na investigação: "Não cabe ao ministro trocar figurinhas com advogados de empresas investigadas pela Polícia Federal. Isso cria um ambiente para as mais variadas versões. A corrente majoritária do PT já atua há algum tempo para embolar o processo da Lava Jato e isentar petistas e aliados".

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Apoio petista

Parlamentares do PT apoiaram as reuniões de Cardozo com defensores das empreiteiras. Para o deputado Afonso Florence (PT-BA), faz parte do trabalho do ministro receber advogados. Quanto ao fato de algumas reuniões não aparecerem na agenda, Florence ponderou que não foi uma decisão política: "Não há uma tentativa de esconder. Muitas vezes isso nem passa pelo ministro. São circunstâncias técnicas".

O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) também deu apoio ao ministro. "[Cardozo] é um ministro que conversa com a advocacia", diz.