Creches nas empresas em pauta
Os vereadores de Curitiba devem votar amanhã o projeto de lei da vereadora Julieta Reis (PSB) que institui a obrigatoriedade de empresas terem creches para filhos de suas funcionárias.
O projeto original da vereadora previa que empresas em que trabalham pelo menos 300 mulheres, com mais de 16 anos de idade, devem ter creche no local de trabalho. No entanto, como a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) já obriga empresas com apenas 30 funcionárias a ter um local onde filhos em idade pré-escolar permaneçam, Julieta Reis irá apresentar um substitutivo para adequar seu projeto à lei federal.
A vantagem em se ter uma lei municipal, igual à federal, será que a prefeitura poderá fiscalizar as empresas. Hoje, só órgãos federais podem fazer essa fiscalização. "A intenção é reforçar a lei federal", diz Julieta Reis.
Se a empresa preferir, pela proposta, poderá fazer convênio com uma creche. A proposta ainda pede que a Secretaria Municipal da Educação premie, com um diploma de benemerência, os empregadores que zelarem pela organização e manutenção de creches.
Está marcada para amanhã a votação da mensagem do prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), que prevê a criação de uma secretaria fixa, a do Trabalho e Emprego, e quatro extraordinárias, sem funções definidas. A bancada de oposição ao prefeito questiona a criação das quatro secretarias extraordinárias, que poderão ser instaladas por decreto, quando o prefeito achar necessário criá-las.
Pela proposta, será criada a Secretaria do Trabalho, com a função principal de promover ações de geração de emprego e renda no município, além de realizar convênios com programas federais, como o Sistema Nacional de Emprego (Sine).
A mensagem ainda inclui a criação de mais quatro secretarias extraordinárias, que podem ser instaladas por decreto para tratar de assuntos e programas de importância ou duração transitória. A proposta modifica a Lei 7.671, de 1991, que prevê que o município pode ter apenas duas secretarias desta natureza. Pela lei, o ato de instalação da Secretaria de Natureza Extraordinária indicará a duração estimada da missão a ser cumprida, os meios administrativos a serem usados e, conforme o caso, as unidades administrativas que devam temporariamente ser vinculadas ao novo órgão. De acordo com o líder do prefeito, vereador Mário Celso Cunha (PSDB), Richa não tem a necessidade de criar as secretarias agora.
O prefeito chegou a instalar neste mandato a Secretaria de Cerimonial e Relações Internacionais, valendo-se da lei de 1991.
A bancada do PT, com quatro vereadores, os únicos assumidamente de oposição, questiona a criação dessas secretarias. "Não entendemos a necessidade de criá-las sem a definição da função", diz a vereadora Professora Josete, líder da bancada do PT. Ela diz que os petistas aprovam a criação da Secretaria do Trabalho. Porém, não concordam com a instalação de secretarias por decreto, sem discussão na Câmara.
Além disso, também questionam a criação de 29 cargos, sendo oito para a Secretaria do Trabalho, um de diretor de Saneamento na Secretaria Municipal do Meio Ambiente para ampliar o serviço de saneamento básico, e outros 20 para atender às secretarias extraordinárias e às já existentes. Josete frisa que são cargos que não prevêem a realização de concurso público e que vão criar novos custos.
A prefeitura afirma que os gastos que serão gerados pela criação dos novos cargos vão ser compensados através de rígido controle da despesa administrativa. Para isso, o prefeito determinou, a todos os órgãos das administrações direta e indireta do município, cortes nos gastos em especial com locação de veículos, passagens, conduções e estadas, telefonia fixa e móvel e material de consumo.
Mário Celso responde às críticas do PT dizendo que o presidente Lula fez o mesmo. "Ele tem o poder de criar secretarias, que têm o status de ministério, e fez isso para premiar aliados. Recentemente criou a Secretaria de Ações de Longo Prazo para abrigar o Mangabeira [Unger, filósofo], que até pouco tempo era inimigo dele", disse Celso. A mensagem foi enviada no dia 13 e entrou com pedido de urgência na votação.
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