A oposição reagiu neste domingo às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista exclusiva a 'O Globo', de que não se consegue governar o país sem aumentar os gastos públicos. Parlamentares do DEM e do PSDB acusaram o governo Lula de gastar mal, aplicando recursos com o inchaço e aparelhamento da máquina pública e não na melhoria de serviços como saúde. As declarações sobre dificuldade de reduzir gastos também não agradaram aos aliados, que temem um impacto negativo nas negociações para atrair votos tucanos para a renovação da CPMF.

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Tucanos e democratas disseram ainda que não ficaram convencidos de que Lula não poderá ceder, no futuro, à proposta que viabiliza um terceiro mandato, apesar de ele ter negado essa intenção e avisado que irá resistir a essas investidas dos aliados.

O líder do PSDB na Câmara, Antonio Carlos Pannunzio (SP), lembrou que a criação de um limite de gastos correntes da União foi uma das exigências do partido na negociação da CPMF, ponto que acabou não sendo aceito pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. A área econômica tinha admitido, inicialmente, criar um limite para a elevação das despesas com pessoal em 2,5% ao ano mais a variação da inflação no período. Mas, diante do recuo do PSDB, o governo desistiu de estender esse freio a todas as despesas.

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- Esse governo não tem a menor noção de gestão pública. E gasta mal, o que é pior. Essa é uma das razões que nos levam a votar contra a CPMF. Estão aparelhando o Estado, e o que é investido na atividade-fim é muito pouco - disse Pannunzio.

O líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN), disse que o governo gasta mal:

- Se a infra-estrutura estivesse em ordem, o presidente teria toda a razão em falar o que disse. O problema é que está gastando mal e insiste nisso. E vai continuar elevando imposto.