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O ministro da Fazenda Guido Mantega disse nesta sexta-feira (28) que, se a oposição não votar a favor da prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) estará dando um "tiro no pé" no futuro.

"Se um dia a oposição se tornar governo, vai precisar desse tributo, e estaria dando um tiro no pé (se não aprovasse a prorrogação)", disse o ministro, respondendo a questionamentos sobre o efeito da derrubada no Senado da medida provisória que criava a Secretaria de Planejamento de Longo Prazo.

A MP que criava a secretaria foi rejeitada com votos da oposição e de uma ala do PMDB insatisfeita com o Planalto. O PMDB faz parte da base do governo.

O ministro disse acreditar que a oposição será "sensível" e argumentou que a CPMF não é de interesse do governo, mas do país porque os recursos são destinados a programas sociais. "Não podemos quebrar esse círculo virtuoso", disse.

A CPMF já passou pela votação em primeiro turno no plenário da Câmara e só deverá ser votada em segundo turno daqui a 11 dias. Depois, seguirá para o Senado.

Redução da CPMF

Mantega disse que, apesar da turbulência política, a base do governo "estará toda unida" em torno da aprovação da CPMF e que, se o tributo passar no Congresso, pode haver uma flexibilização.

"Temos feito uma desoneração tributária em vários setores produtivos que multiplicam a renda do país. Vamos continuar fazendo isso. A redução da CPMF é apenas uma das alternativas de redução de tributos", afirmou o ministro.

Ele disse que pretende se reunir com parlamentares da base do governo e com a oposição para chegar a uma proposta comum nesse acordo.

Mantega considerou falsa a idéia de que está sobrando dinheiro no caixa do governo e que é possível abrir mão da CPMF. "Posso demonstrar, a qualquer momento, que estamos com os recursos contados para por em prática os projetos anunciados, como o PAC e os programas sociais."

O ministro deu as declarações no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, onde se encontrou com empresários da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e da Associação Nacional dos Transportes de Cargas & Logística (NTC).

Ele acompanhava o presidente Lula, que foi presenteado com placa comemorativa dos 50 milhões de veículos produzidos entre 1957 e 2007 pela indústria brasileira.

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